São 34 pontos somados em 24 rodadas, segunda melhor defesa do Campeonato Brasileiro, oitavo lugar e um futebol que parece não ir para lugar nenhum. Se você pegar apenas os números do Santos neste Brasileirão até que as coisas não estão tão ruins. O time não deixa a zona de rebaixamento se aproximar, está sempre na primeira metade da tabela e fica flertando com o G-8 por uma vaga na Libertadores 2023. Mas, o santista ele presa por um futebol bonita, coisas que esse elenco não dá há tempos.
Quando você assiste não a um jogo do Peixe, mas sim há todos, você verifica que há falta de muita coisa para chamar isso de um time. Quem dificilmente merece críticas é o goleiro João Paulo, um dos mais seguros do Brasil, a dupla de zaga Maicon e Bauerman, que precisam de 124 minutos para levar um gol, o centroavante Marcos Leonardo e agora o ponta Soteldo que chega para ser o principal desiquilíbrio à favor do SFC.
Aí entra o motivo do título deste texto. Não adianta você ter um excelente goleiro e uma boa dupla de zaga. Eles não vão fazer os gols, com pequenas exceções. Eles apenas podem impedir que o time os tome, como foi contra o São Paulo e o Cuiabá nestas duas últimas rodadas. No clássico, em uma jogada Soteldo decidiu e colocou a bola na cabeça de Lucas Braga para fazer o 1 a 0 do placar final. Lá atrás, João Paulo garantiu a vitória pegando tudo. Maicon e Bauerman não perderam uma disputa, seja por cima ou por baixo. Já contra o Cuiabá Soteldo não decidiu, e custou ao goleiro e aos zagueiros garantirem o 0 a 0.
Além disso, o presidente Rueda precisa parar de achar que contratar um treinador é gasto. Treinador bom, excelente, fora da média, melhora jogador e ajuda o clube a vende-lo por uma boa grana. Veja o que aconteceu com o time de Sampaoli. Você pode até dizer que ele não ganha título, que ele é chato, que pede muitos reforços caros e tal. Mas que ele eleva o nível da equipe é inegável. Os jogadores melhoram com um treinador desse nível.
Com todo respeito ao Lisca, que até melhorou a compactação defensiva do Santos, ele não vai elevar o nível dos jogadores. O que eu quero dizer é: jogador nota 6 vai continuar sendo nota 6. Não vai chegar a ser nota 7, por exemplo. Porque é mais do mesmo. Antes de Bustos ser contratado eu defendia a volta do Dorival Jr. Veja o que ele faz no Flamengo agora. Claro, não acho que ele seja espetacular, ele só fez o simples em um elenco fantástico.
O lado bom? Não vamos cair. Como sempre permaneceremos na primeira divisão. Mas é muito pouco. O lado ruim? Vamos para a pré-Libertadores, provavelmente, mas o time será muito próximo deste que vemos hoje e a chance de cair ainda na pré é grande. Aí eu me pergunto: pra que? E deixo a pergunta aos leitores.
