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sábado, 4 de maio de 2024

Sapateiras ganham espaço com soluções inteligentes de marcenaria

Em um passado recente, elas estavam apenas nos dormitórios para organizar os sapatos limpos. Mas depois da pandemia, ganharam uma nova função e lugar nas casas brasileiras: acomodar os calçados sujos no hall de entrada

A peça tem história e é datada de muito tempo atrás, quando arqueólogos encontraram as primeiras formas de sapateiras utilizadas por antigas civilizações. Na cultura asiática, a China já executava peças de madeira entalhadas e, no Japão, eram feitas de bambu. Nos contornos de décadas passadas, o móvel foi designado para guardar os sapatos limpos, uma vez que o vão embaixo da cama já não era suficiente, e assim foi ganhando soluções inteligentes de marcenaria e espaços em closets. “Para muitas pessoas, o sapato é muito mais que uma proteção para os pés, mas sim uma peça que complementa e ajuda a transmitir a mensagem a ser passada através do look. Sem contar que é um item de coleção“, avalia a arquiteta Cristiane Schiavoni, responsável por seu escritório.

E nessa evolução, recentemente os brasileiros incorporaram um comportamento semelhante à cultura asiática, deixando os sapatos sujos no hall ou logo na entrada de casa. Com os medos enfrentados na pandemia, o cuidado é o mesmo: não trazer sujeiras e bactérias para dentro de casa. “Esse costume é enraizado entre os japoneses e coreanos e muitos de nós já perceberam com a febre dos doramas. Quando os personagens chegam em casa, rapidamente tiram o calçado e usam um chinelinho“, explica a profissional. “E para não deixar uma bagunça no nível rebaixado existente na entrada do imóvel, os guardam na sapateira instalada no local”, complementa.

Confira as boas ideias realizadas pela arquiteta Cristiane Schiavoni:

Sapateiras nos dormitórios:

1 – Na lateral da cama

Projeto Cristiane Schiavoni Arquitetura | Fotos: Luis Gomes

De acordo com Cristiane, um cantinho pode se tornar a resposta para o local da sapateira. Nesse dormitório de casal, ela aproveitou a lateral da cama para realizar a marcenaria de uma sapateira com apenas 29 cm de largura – considerando a peça finalizada. No interior, as prateleiras tanto podem ficar retas ou inclinadas para comportar os calçados maiores. “Gosto de quebrar padrões e considero que não há a necessidade de produzir um móvel com 60 cm, como acontece dentro dos armários. E com essa medida, tudo ficou perfeitamente ajustado“, delibera. 

2 – Em um cantinho do closet 
Projeto Cristiane Schiavoni Arquitetura | Fotos: Fabio Severo

No closet individual para o casal, as extremidades do dormitório possibilitaram que arquiteta também pudesse oferecer uma sapateira para cada um. Os acessos são discretos e, de um lado, a porta do marido foi revestida por um espelho e é aberta por um puxador. Do outro, o revestimento da marcenaria camufla o acionamento fecho toque. “Eu gosto dessa proposta de deixar os calçados longe das roupas, pois a depender das condições, é possível que ocorra uma interferência causada pelos odores“, avalia Cristiane.

3 – Compondo o painel da TV
Projeto Cristiane Schiavoni Arquitetura | Fotos: à esquerda – Luis Gomes | à direita: Carlos Piratininga

Em ambos os projetos, a arquiteta Cristiane Schiavoni explorou a parede do dormitório onde incluiu também o painel de TV. Na distribuição interna, a inclinação das prateleiras contribui para o ajuste perfeito de todos os calçados.

Sapateiras na entrada:

Quando o assunto é sapateira na entrada do imóvel, a localização também pode variar. “Já executei móveis tanto no hall de entrada, como também na área do elevador“, recorda-se a arquiteta.

Projeto Cristiane Schiavoni Arquitetura | Fotos: Divulgação

No projeto de reforma desse apartamento, a lateral dessa marcenaria não atende apenas o hall de entrada, mas sim acompanha a estrutura de um home office idealizado pela profissional. Ela criou um móvel com prateleiras para os objetos decorativos e, na parte inferior, os pequenos armários aéreos acomodam calçados e bolsas. “Para deixar esse movimento mais confortável, o pufe é facilmente acessado no vão existente até o piso“, diz a arquiteta.

Projeto Cristiane Schiavoni Arquitetura | Fotos: Carlos Piratininga

Nesse apartamento, a sapateira é encontrada logo após a saída do elevador. Para tanto, a arquiteta criou uma espécie de ‘caixa suspensa’ com um banco ao lado.

Atenção às medidas indicadas pela arquiteta

De maneira geral, sapatilhas, rasteirinhas e chinelos se acomodam de forma ideal em prateleiras com 10 cm de altura, enquanto pares de tênis, sapatos sociais e de salto encontram melhor ajuste em um espaço mínimo de 15 cm. Quanto às botas, a recomendação ideal é um vão de 35 a 45 cm para receber a altura média do calçado. Com relação à profundidade, 40 cm é a medida de referência. “Mas sempre gostos de destacar que a dimensão varia de acordo com o acervo do morador”, analisa. Por fim, para otimizar o espaço em ambientes compactos, a arquiteta recomenda o uso de sapateiras tipo gaveteiros, já que esses móveis adicionam um toque sofisticado e moderno.

Sobre a arquiteta Cristiane Schiavoni   

Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (FAU-USP), Cristiane Schiavoni atua na área de arquitetura, decoração e reforma desde 1996 e hoje, o escritório que leva seu nome, tem mais de 20 anos de história, reunindo centenas de projetos dentro e fora do Estado de São Paulo. Em suas criações residenciais e comerciais, publicadas em importantes veículos brasileiros, elementos-surpresa e toques de cor se misturam aos recursos que garantem o conforto e o aconchego dos moradores. 

Acabamentos aplicados de maneira incomum e materiais versáteis também são presenças constantes nos trabalhos de Cristiane Schiavoni. O resultado se reflete na concepção de ambientes modernos, humanizados e dinâmicos, que convidam ao bem-estar e, principalmente, traduzem a essência de cada cliente. 

Autora:

Karina Monteiro

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