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segunda-feira, 29 de abril de 2024

Regime militar argelino e o debate sobre a questão do Saara marroquino

Argélia e Marrocos são os dois únicos países, do Magrebe Arabe, fundadores do bloco UMA, 1989, e protagonista de um conflito artificial herdado da guerra fria, e da época colonial ocidental, 1975, cuja questão do saara um fruto deste período, sustentando um diferendo que acentua as crises, e prejudica o desenvolvimento regional, em detrimento de um grupo independentista,  RASD, apoiado por argel.

Diante desta situação, Argélia e os separatista, polisario, após todas essas décadas, suas elites políticas permanecem fartas a questão da integridade territorial de Marrocos, as fontes do Palácio Al-Mouradia, aos generais argelinos e a posições da opinião pública, intransigentes diante desta situação estagnante do conflito, onde Marrocos e Estados Unidos da América posicionados em favor de uma solução regional, contra uma concha separatista, descartando o plano marroquino, a título de  solução séria e realista.

Na Argélia parece  que  a falta de um debate nacional sobre este conflito artificial, em volta da mesma palavra, repetida na mídia e dos intervenientes da mídia sobre autodeterminação. Implicando o discurso de generais e regime colonial, moldando as mentes, longe de qualquer pragmatismo sobre o que ocorre dentro e fora. Sem, portanto, elevar os cidadãos a lidar de forma responsável com as transformações e crises, dadas opiniões dependentes e livres.

Os recentes contatos americanos em Argel sobre a disputa artificial em torno do Saara marroquino, traduz o crescente interesse de Washington em resolver este problema, ou pelo menos evitar qualquer deslizamento desta crise regional, por razões de tensão militar, de segurança, ou dos combates separatistas, face ao acordo de cessar-fogo entre Marrocos e Frente Polisário, motivo de uma nova escalada, onde as trocas de fogo persistem numa situação de impor o fato consumado de uma ou de outra forma.

Tais condições e situações alarmantes explicam, por outro lado, esta intervenção norte-americana, dado o receio dos Estados Unidos da América a se ver forçada a intervir numa nova crise armada, fora da crise da Ucrânia, de Gaza sem, portanto, quaisquer resultados significativos, da expansão das crises regionais e internacionais.

Tal situação complica seus cálculos e sobretudo quando se trata da confrontação com a China, constituindo uma oportunidade para melhorar as relações americano-argelinas, após a decepção da Argélia ao aderir a organização BRICS, as retraídas posições com a Rússia, e fracassos meios  económicos e estratégicos com a China.

Assim, encontra-se confusa dado o princípio da autodeterminação e da defesa da abordagem marroquina do plano de autonomia, apoiado pelos americanos, e inscrito no relatório do Secretário-Geral das Nações Unidas, Outubro passado 2023, a título de opção, de discussão com os saharauis, o Enviado pessoal do Secretário Geral da ONU, Staffan De Mistura; quanto ao princípio da autodeterminação, que os diplomatas americanos e ONU, atribuem a Polisário, numa posição da Argélia e Mauritânia, a ser em rigor para acabar com este conflito regional.

Uma vez que a abordagem americana apoia a proposta de Marrocos, continua sendo a mesma em relação à resolução da questão do Saara, sem nenhuma ambiguidade, segundo o diplomata americano, Joshua Harris numa entrevista dirigida aos argelinos; confirmando que os Estados Unidos da América apoiam a proposta de autonomia marroquina, séria, realista e credível, a qual responde às aspirações do povo saharaui, apesar dos meios de comunicação argelinos posicionar de forma  contrária, para enganar os leitores argelinos, que o responsável americano apoia a abordagem argelina, chamando à  ONU a implementar a autodeterminação.

Uma vez que o “Movimento em prol da Paz” interroga sobre os motivos que levam alguns meios de comunicação argelinos a distorcer os factos, criticando ao mesmo tempo a ausência de um debate nacional sobre questões importantes como estas, o processo do Saara objeto aberto sobre à discussão social, para uma saída definitiva.

Tornando assim a questão Magreb-argélia possível, sem qualquer submissão a pressões, as tentações estrangeiras, aos cálculos autoritários ou aos interesses pessoais ou ficcionais, se forem respeitados os interesses dos povos, consolidados, sob o sonho do Magreb Árabe, dos cidadãos, da plena soberania dos países e da integridade territorial.

 Conflito e ajuste de contas

Qualquer impedimento de liberdade ou exprimir desejos contrários continuam sendo ameaças à estabilidade, face às propostas legítimas, questões importantes, como da palestina, exercendo um certo meio para surtir efeitos almejadas, ou via utilização de estratégias ou instrumentalização alheia para defender tal projeto, caso da Política na Argélia, em relação ao Saara marroquino, ao nível de ser manipulado e distorcido.

São, portanto, tentativas de pressionar o regime argelino sobre a consciência da questão marroquina, da sua centralidade e dentro da doutrina regimental,  utilizando a ala da autoridade contra qualquer posição oficial, ou ao debate público.

Os activistas da oposição argelina, conscientes da utilizam este dossiê, dificil, motivo do assassinato de um ex-presidente argelino devido as suas posições sobre o mesmo, lembra-se do ex-Presidente Mohamed Boudiaf.

Assim, o dossiê do Saara demora uma bomba para a ala que o controla e motivo também da discussão pública, perante os argelinos que esperam descobrir o destino do seu dinheiro, a renda desviada dos campos de Tindouf, pelos separatistas, financiados seus projetos, graças aos privilégios do regime em direção das milícias da Polisario, numa verdadeira relação entre o seu regime e a organização, separatista da polisario.

Tal questão deve ser levantada porque ela constitui uma fonte estratégica do regime, desvendar seus projetos separatistas, e  levar a discussão as tentativas para acertar as contas entre as partes.

 Prova do testemunho

Os jornalistas da oposição argelina, só podem trazer provas da realidade, suas manipulações em torno do discurso da autodeterminação, papel do líder dos separatista, Brahim Ghali, porta voz do regime argelino, outubro 2022, levado mais uma vez ao posto do Secretário geral das milícias, separatistas, por 3 anos, sob a proposta de autodeterminação, contra à questão do Saara marroquino, acentuando o impasse e a crise iminente da região, dado desvio da ajuda humanitária aos campos de Tindouf, sob controle dos separatistas, polisario.

Tais fatos  ocultados tornaram-se o regime argelino sem prova junto á Frente Polisário, grupo, separatista, radical,  mantendo o violo dos acordos do cessar-fogo, contra a integridade territorial de Marrocos,  e aos olhos dos americanos e do regime da Argélia, contra qualquer debate nacional sobre a questão marroquina seria, pragmática e realista, e do plano argelino considerado inapropriado e ultrapassado, segundo as resoluções da ONU, desde 2007, e sem razão de existir.

Finalmente, as elites políticas argelinas tendem a ser levadas a tomar decisões, manter pressão sobre a abertura do debate social, ouvindo outras opiniões, sobretudo aqueles com a visão de oposição ao regime dominante no país, tal posição a ser em linha com as transformações, as mudanças regionais e internacionais que conhece o mundo, hoje.

Autor:

Lahcen EL MOUTAQI

Pesquisador e professor universitário, Rabat, Marrocos

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