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sexta-feira, 26 de abril de 2024

HAMAS x ISRAEL: de quem é a culpa?

Nas últimas semanas, o mundo assiste estarrecido ao conflito armado entre o grupo paramilitar Hamas e o exército de Israel.  Esse conflito, sem a menor dúvida, vem afetando não só as populações dos territórios envolvidos no teatro de operações,  mas também a maioria das nações ao redor do mundo.

Nesse sentido, esse conflito nos convida a indagar de quem seria a culpa pelas mais de dez mil vítimas fatais que essa guerra já proporcionou. Porém, a resposta para tal questionamento não é simples, tendo em vista que ela transcende própria história da humanidade, notadamente quando as guerras “faziam parte do cotidiano” de diversas nações, a exemplo da Idade Média (476-1453 d.C.)

A princípio, destaque-se que logo após o início da guerra entre Israel e o Hamas, diversos canais de mídia, como a Folha de São Paulo (https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2701200601.htm), informaram que o Hamas havia vencido as eleições  palestinas de maneira surpreendente, apesar da nítida contrariedade das pesquisas de intenção de voto ao longo da campanha.

Com isso, muitos poderiam imaginar que a população palestina anuiu, tacitamente, com essa situação, dado que não houve qualquer tipo de questionamento (beligerante ou não) de sua parte. Talvez pelo fato de se tratar de um grupo de índole terrorista (reconhecida pela maioria dos países civilizados), o que, provavelmente, poderia engendrar uma ação letal a quem se manifestasse contra o referido grupo, como faz o regime talibã, no Afeganistão.

É bem verdade que cientistas políticos e filósofos de alto calibre já se debruçaram sobre essa questão. Por exemplo, John Locke fez do direito à resistência uma arma contra tiranos quando afirmava: “o povo deve ser livre do poder imposto pela força e não pelo poder instalado de direito”.

Tomás de Aquino, por sua vez, argumentava que “a revolta contra a tirania, contra o governo autoritário, não é uma insurreição, mas o retorno à ordem social que o próprio Deus estabeleceu”. Não se olvide, também, do pensador Edmund Burke, que aduzia: “para que o mal triunfe, basta que os bons nada façam.”.

Até mesmo Mahatma Gandhi, ativista indiano que usou táticas de não violência, conhecidas como Satyagraha, para protestar contra o domínio colonial britânico na Índia, posicionou-se acerca do direito de resistência de uma população em face de seus opressores, de forma a se diferenciar sutilmente das teses dos supracitados filósofos.

Assim, ainda que não exista uma resposta para sabermos de quem é a culpa direta para as vítimas civis nessa guerra, será que a própria população palestina, indiretamente,  talvez tenha contribuído, em certa medida, para a catástrofe humanitária a que estamos assistimos atualmente?

Autor:

 Leonardo Antônio Passos

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