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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Como Marrocos ia recuperar os enclaves de Ceuta, Melilha e Ilhas Canárias?

Os enclaves espanhóis de Ceuta e Melilla, localizados no norte do Marrocos, únicos territórios entre Europa e África, que compartilham fronteiras terrestres.

Tal foco foi objeto das discussões entre os dois governos, Marrocos e Espanha,  baseado sobre meios de encontrar a melhor solução, não estar certo, nem encabular numa era colonial, dos conflitos fronteiriços acanhados, ou numa cooperação subordinada aos interesses económicos comuns, luta contra o terrorismo, narcotráfico ou imigração ilegal.

O estatuto dos enclaves espanhóis, Ceuta e Melilha mantidos sob um governo autônomo constitui um verdadeiro desafio para Marrocos, em forma de reivindicação, de influência dos membros das Nações Unidas, da Liga Árabe, da União do Magrebe Árabe (UMA), ou da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), do Movimento dos Países Não Alinhados e da Comunidade dos Estados do Sahel. 

Situação de Ceuta e Melilha?

Historicamente, Ceuta e Melilla são duas cidades marroquinas sob cobiças ocidentais, levando ao enfraquecimento do emirado de Beni Al-Ahmar em Granada no século XV dC, e a ocupação de Ceuta pelos portugueses em 1415, e Melilha sob domínio espanhol em 1497, e portuguesa por sua vez em 1580, etapas essas nas quais a Espanha estendo o seu domínio ao Reino de Portugal.

Ceuta

Estas cidades sob o domínio das duas potências coloniais ibéricas, primeiro os portugueses até 1415, do Principe D. Henrique do Mar, sob a influência muçulmana na região, e a Espanhola sob o domínio do rei da Espanha, Filipe II, e finalmente o trono Portugues, 1580, levando independência da Espanha sob o domínio Portugues, no Tratado de Lisboa, 1668, onde a cidade de Ceuta foi ocupada por um governo autônomo Espanhol.

No século XX, o Marrocos envolveu lutas acirradas até a independência da ocupação Espanhol e Francês, 1956, mas a cidade de Ceuta foi mantida ocupada por Espanha, através de um governo autônomo, em 1995.

Marrocos

A cidade de Melilla, um dos dois enclaves espanhóis no Marrocos, compartilha uma fronteira terrestre de 11,2 km com o país, a qual  é mantida separada da província marroquina de Nador.

Levando o Marrocos a cooperar com o governo espanhol, dada o estatuto das cidades de Ceuta, Melilha e  Ilhas Canárias, apesar das vozes levantadas dentro e fora, caso da publicação do site google, junho 2023, chamando a Espanha a desocupar os enclaves, deflagrados pelo mapa, relevo e geografia terrestre, consagrando a legitimidade da história e a natureza dos conflitos da ocupação por  mais de 500.  

 A Cooperação e a abertura de fronteiras, face à imigração e aos acordos de pesca, etc.?

Se o Marrocos, devido a sua localização, é opto a uma política de abertura, então a Espanha graças à sua posição orientada ao reconhecimento da soberania sobre as regiões do Saara, pode levar os enclaves, Ceuta e Melilha, ao plano de autodeterminação sem provocar qualquer escaramuça fronteiriça,  ou ação  francesa ao encontro do saara marroquino, de interferência nos assuntos das vizinhanças, Marrocos, Espanha, Argélia, ou envolver ainda uma política hostil as partes.

Fatos sem contexto

Marrocos nunca escondeu a sua posição, ele não abre mão de Ceuta e Melilla, apesar das circunstâncias e provas, as quais ele atravessou no passado, presente e futuro.

Porque?

A consciência da história en favor dos marroquinos, do rei, do governo e do povo, continua sutindo efeitos e ecos sob a gestão da administração, uma vez que estas cidades de Ceuta e Melilla, historicamente não são consideradas espanholas. Mas elas levantam os termos de significaçao,e de reconhecimento da soberania nacional.

Tais levantamentos resultam  nos pontos de interrogação, das circunstâncias que atravessam os dois países, e no auge das atuais eleições espanholas. Lançando um apelo para um passeio inocente ou comum, de repensar as relações marroquino-espanholas ao ponto zero, abortando muitas vias de cooperação, ou de entendimento sobre qualquer ponto de vista, de Ceuta e Melilla, objeto midiática e fator da confusão, obscuros, dos cálculos políticos não geridos de forma estratégica, distorcendo interesses dos povos, da história e dos horizontes de paz, de estabilidade e prosperidade.

Tais mensagens encriptadas pelos adversarios da integridade territorial de Marrocos, manipulam as circonstancias das eleições espanholas, bem como das forças de direita ou esquerda,  impactando sobre o governo espanhol, suas tentativas de um ou de outro influenciar as relações de cooperação entre Marrocos e Espanha,  no quadro dos interesses comuns da administração ou ainda das questões estratégicas igualitárias,  face aos fluxos de imigração ilegal desestabilizadores da segurança dos países africanos, Burkina Faso, Níger, Mali, Nigéria, Chade, Somália, Sudão e outros; dada situação emergente da melhoria da situação socioeconômica, a luz da Conferência de Roma, julho 2023, como processo da reativação do Plano Marshall, alvo dos países exportadores de imigração.

Apelos duros

A inteligência espanhola e marroquina se conjuga no quadro de cooperação e compartilha de uma visão de orientações diplomáticas, da doutrina de Ceuta e Melilla, do abandono ou abdicação, bem como de solução via os canais da diplomática, capazes de diluir qualquer confronto  rumo à recuperação matura, entre os dois povos espanhóis e marroquinos na base de amizade e fraternidade.

Assim, o Marrocos reforça suas relações externas com Espanha, apesar da questão dos enclaves e Ilhas Canárias, das limites marítimas, pelas quais a Espanha e Marrocos estabelecem meios de comunicação, focando os  desafios existenciais, no quadro de uma diplomacia silenciosa semelhante à diplomacia chinesa, e projetos desenrolados por séculos sem levantar armas.

A Espanha, por sua vez, considera Gibraltar parte da doutrina do Estado espanhol sem nenhum abdicação por parte do Marrocos, numa posição positiva em relação à cidade de Ceuta e Melilla”, dadas prioridades do plano político e diplomático, nas orientações reais sobre as ilhas Canárias, e em termos da demarcação das águas marinhas e  das negociações contínuas. Sem qualquer imaginação, impossível a negar do ponto de vista histórico.

Autor:

Lahcen EL MOUTAQI. Professor e pesquisador universitário-Rabat, Marrocos

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