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domingo, 28 de abril de 2024

Alunos de escolas municipais do Paraná produzem série sobre brincadeiras

A série, que está em sua terceira temporada, foi gravada em contextos sociais variados para mostrar as diferenças do brincar em diferentes comunidades

O brincar está em extinção? As telas vão tomar conta da vida das crianças e acabar com o tradicional pega-pega, esconde-esconde, bolinha de gude, lenço atrás? Não! O brincar segue vivo, dinâmico, vibrante. E a série AUÊ dá provas disso ao identificar e produzir, junto com estudantes de escolas públicas, filmes que retratam a diversidade de brincadeiras infantis produzidas e transmitidas pelas crianças em diferentes contextos. Em formato documental e voltada ao público infantil, a série exibe a atividade lúdica de crianças brasileiras dos mais distintos caldos culturais, promovendo uma incursão ao seu imaginário.                        
Em cada episódio, AUÊ apresenta uma nova brincadeira para o telespectador. Os roteiros são baseados na pesquisa realizada pelos diretores Nélio Spréa e Otavio Zucon, que ressaltam como as diferenças socioculturais se refletem no brincar. A série está em sua terceira temporada, que foi produzida entre 2022 e 2023, e possui, ao todo, 57 episódios de 2 minutos cada.

As temporadas foram gravadas em escolas e contextos sociais diversos por onde a pesquisa de Otavio Zucon e Nélio Spréa avança. Para esta nova etapa, foram escolhidas as instituições Escola Municipal Augusto Pires de Paula, no Distrito de Três Córregos, em Campo Largo; Escola Municipal São José, na Colônia Murici, em São José dos Pinhais; Escola Municipal Barão de Mauá, na Vila Zumbi, em Colombo; e Escola de Educação Especial Lucy Requião, em Santa Felicidade, Curitiba.

O perfil das comunidades e instituições envolvidas foi delineado pensando-se variantes socioculturais, ambientais e de inclusão. Por isso, foram escolhidas escolas em contextos bem distintos. Por exemplo, a de Campo Largo fica em meio à Floresta Nacional do Assungui. Na de São José dos Pinhais, os alunos são de uma colônia de origem polonesa, a Colônia Murici. A escola de Colombo abriga o território da Vila Zumbi dos Palmares e a de Curitiba realiza atividade com crianças e jovens com variadas deficiências.
“As comunidades e seus diferentes referenciais permitem ao público ver variações de algumas brincadeiras tradicionais e recriações baseadas em elementos locais. Ou seja, as paisagens, meio ambiente e origens socioculturais são, muitas vezes, parte da composição desse brincar. Assim, a série valoriza a criança como agente direto da narrativa fílmica e descortina um olhar para algumas dimensões das culturas regionais, enaltecendo-as como parte de seu patrimônio imaterial”, conta Otavio.

Os filmes produzidos são uma ferramenta importante para a persistência de brincadeiras, mesmo nos dias atuais, onde as telas geram grande impacto no cotidiano das crianças. “A série AUÊ chega a ser importante até para a passagem de brincadeiras para outras gerações. Ela percebe as crianças como detentoras e transmissoras de um “saber lúdico” repassado no ambiente escolar. Seu principal objetivo é a valorização e disseminação das brincadeiras tradicionais, tanto através do público infantil quanto a partir dos educadores”, explica Nélio.

Crédito imagens: Otavio Zucon

Este projeto foi realizado através do Programa estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (PROFICE) – Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Estado do Paraná, com apoio da COPEL.

Autora:

Livia Zeferino

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