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sexta-feira, 3 de maio de 2024

Victoria Rizo, especialista em sustentabilidade, advogada e CEO da Henvix-Bahia

Autoridades, governos, pessoas que entraram no poder este ano, ou os que renovaram seus mandatos, não só no Brasil, mas em todo o planeta, devem estar atentos aos riscos ambientais. No Brasil, prefeituras e estados estão vendo o clima um tanto “fora de órbita” com o calor que chegou com atraso, quase no meio de janeiro, bem como as chuvas em fevereiro ainda muito intensas. Debateu-se logo em janeiro, no Fórum Econômico Mundial de 2023, na Suíça, sobre fome, produção e a preservação da Amazônia e do meio ambiente em si. Questões cruciais. Mas a cada um cabe um papel e estados, prefeituras, pequenos distritos, empresas responsáveis por barragens, devem se preocupar com os riscos iminentes. Do topo da cadeia do debate político é necessário pensar, discutir e planejar, mas em outras instâncias não se pode deixar de agir. Ano passado, no Rio de Janeiro, a cidade de Petrópolis, na região Serrana, foi devastada por tempestades e mortes. Um absurdo como também se viu na Costa Verde, também no Rio, em 2010. Temos trabalhado para impedir que isso volte a ocorrer?

Do debate no Fórum Econômico, ao não jogar lixo na rua, educar para a reciclagem, planejar a inspeção e estruturação correta de barragens, estar atento a sirenes e seu funcionamento em áreas de risco, investir em produção limpa e no tratamento do lixo, na reciclagem, no destino dos resíduos, tudo isso é tão importante quanto o aperto de mão nos altos escalões dos fóruns de debate. Isso vem sendo feito?

O debate em instâncias muito superiores acaba demorando a trazer soluções a quem sofre com os maiores e mais graves efeitos dos danos ambientais, falta de planejamento e ação. Muitas vezes as pessoas acabam pagando com a vida, morando em áreas de risco, morrem sem socorro. Não podemos ficar só no discurso, nem levar um governo inteiro para mudar. Seja ele o tempo de mandato de prefeito, presidente, o que seja.

Eleger líderes e inspetores e liberar recursos para projetos em estados e municípios, promover a imediata limpeza das áreas de vazão, escoamento, mapear risco para chuvas e estruturar barreiras de contenção, especialmente em períodos do ano em que as chuvas não vem…dariam uma espécie de “respiro” a todos. Por que não agir fora dos períodos de chuvas ainda permanentes, grandes cheias, e evitar a reprise de um filme triste, que estamos exaustos de ver?

Em seguida, poderíamos ter o olhar para os projetos de produção limpa, de pequenos agricultores, produtores que já investem com responsabilidade, hortas comunitárias e até as que já vem sendo feitas em condomínios de metrópoles. Tudo concomitantemente e de forma relativamente rápida, efetiva, evitando males e promovendo a melhoria das condições ambientais. Do gari comunitário a quem aperta a mão do chefe de estado, do engenheiro ambiental ao prefeito, que, de caneta na mão, autoriza determinado projeto em área de risco, todos são muito importantes para uma vida saudável e um meio ambiente que vai ser produtivo e trazer desenvolvimento. Ou seja, promover produção limpa e trazer empregos e oportunidades de modo seguro e gerando renda. Vamos à luta!

Autora:

Jaqueline Pimentel

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