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quinta-feira, 9 de maio de 2024

Seleção CV utiliza nova DEP para caráter Mocho na atual estação de monta

Ferramenta de seleção para a característica é ideia antiga de Carlos Viacava

Recentemente apresentada ao mercado, a nova DEP para o caráter Mocho é muito importante para ajudar o criador a identificar touros que vão mochar uma grande parte ou toda a produção. Nos testes preliminares, a ferramenta alcançou previsibilidade do fenótipo com acurácia acima de 90%.

Desenvolvido pela equipe de pesquisadores da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), o estudo avaliou mais de seis mil dados fenotípicos de animais mocho, sendo cinco mil do rebanho da marca CV Nelore Mocho. Entre as principais vantagens da variação mocho estão maior facilidade no manejo, melhor condição de segurança no transporte, segurança para os colaboradores e maior padronização dos produtos.

Para Carlos Viacava, titular da marca CV, o lançamento da nova DEP atende a uma ideia antiga que era discutida com o Professor Raysildo Lôbo, presidente da ANCP, nas reuniões realizadas nos primeiros anos do Programa Nelore Brasil, ainda no tempo que a USP de Ribeirão Preto abrigava o programa.

Viacava lembra que, em conversas com o Professor Raysildo, buscavam saber como acasalar uma fêmea para produzir um animal mocho, isso antes de se falar em DEPs. “Esperávamos ter uma ferramenta que nos auxiliasse na seleção de animais mochos. Naquela época, nos baseávamos apenas nas informações visuais e nos pedigrees para tentar acertar os acasalamentos que gerassem o maior número de animais mochos. Por vezes, acabávamos escolhendo um animal para ser o pai da próxima geração apenas por este critério” explica.

Ainda segundo o criador, com o advento da genômica buscou-se descobrir que combinação de genes poderia gerar a ausência de chifres ou o calo e batoque. Até então, a pesquisa baseada em fenótipos e com o estudo da genômica permitiram identificar probabilidades de determinado acasalamento produzir animais mochos.

“Só agora descobrimos que o que é verdadeiro para o taurino não é o mesmo para o zebuíno Nelore e que certos alelos podem explicar as diferenças. Através dos fenótipos de pais e mães, combinados com a genômica, a ANCP conseguiu determinar probabilidades de nascerem animais mochos. É o primeiro e importante passo para orientação dos criatórios”, comemora Viacava.

O diretor da marca CV, Ricardo Viacava, acredita que a nova DEP irá facilitar o trabalho de seleção, prevendo com um extraordinário grau de acerto se o fruto de um determinado acasalamento nascerá mocho ou não, possibilitando também, com a genômica, a utilização de animais mais jovens, trazendo um menor intervalo entre gerações e, com isso, aumentando de forma exponencial os ganhos genéticos.

“Esperamos uma valorização dos animais com altas DEPs para essa característica, tanto para a utilização em planteis de Nelore quanto para o cruzamento com outras raças, com a produção de um número maior de progênies mochas. Isso implica em maior valorização, uma vez que, para se atender os critérios dos programas de qualidade de carne, como o do Angus, por exemplo, os animais têm que ser totalmente mochos”, destaca Ricardo.

O rebanho da marca CV possui atualmente cinco mil animais, entre matrizes, reprodutores, bezerros e animais em fase de recria. Na safra 2021, o criatório avaliou um lote de bezerras que já tinham a DEP genômica para o caráter mocho no momento do acasalamento. O resultado final foi um nível de acerto na predição dos fenótipos superior a 95%. “Nesta estação de monta, já estamos utilizando a nova DEP na hora dos acasalamentos dirigidos, na expectativa dos mesmos bons resultados para a nova safra”, finaliza Carlos Viacava.

Autor:

Daniel Smith

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