“- É a minha!”
Então, você aí, discorda e me diz:
“- Nada disso! A melhor mãe do mundo é a minha!” – e, claro, seu irmão concorda com você.
Até que aparece um juiz, todo pomposo, com aquela peruca branca, pronto para dar o veredito e encerrar a nossa discussão. Nisso, ele diz em alto e bom som que a melhor mãe do mundo é a dele! E bate o martelo no púlpito.
Aí Albert Einstein, surge do nada, e explica esse fenômeno:
“- Peraê, seu juiz! Acredito que estamos diante de afirmações relativas! Do seu ponto de vista…”
E então, Dona Hermínia, interrompendo a fala do cientista, solta o verbo:
“- Ah, vamo pará! Eu sou mãe e eu sei do que eu tô falando.” – e bate no peito – “A melhor mãe do mundo sou EU! Agora, dá licença que eu tenho mais o que fazer!” – assim, ela deixa o recinto e um bobs para trás.
Bobs que Dona Florinda pega para ela, dizendo:
“- Hum! Perdeu, agora é meu! Quer saber? Também cansei de gritaria, vou é sair de perto dessa gentalha!”
Nesse mesmo instante, Dona Lurdes, sentada lá no cantinho, esboça um leve sorriso, toda boba com a rosa vermelha que seu filho Domênico lhe dera. Alheia à confusão, solta apenas um longo suspiro, cheio de afeto e satisfação… Segundos antes de levar aquele susto e quase morrer do coração quando Rochelle manda um grito tão alto que chega até o Brooklyn:
“- Ô CHRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIS! VOCÊ TÁ FERRADO, GAROTO!”
Diante dessa bagunça, tudo o que Dona Nenê consegue fazer é pedir calma. Toda preocupada, ela só queria resolver a situação da forma mais justa possível.
Já cansada com tudo aquilo, a Dona Maria do Carmo, manda o papo reto pras amigas ao lado:
“- Eu vou-me embora, visse. Eu tô é varada de fome!!!”
Em seguida ela se levanta e some de vista. Quem aparece no seu lugar é (por mais incrível que pareça) Marge Simpson, aquela, meio amarelada, de cabelo cônico, alto e azul. Ela me encara e começa a sussurar, repetindo esta frase:
“- Já é quase 8 horas…! Já é quase 8 horas…!”
– Não vai levantar, não?! Já é quase 8 horas! – era a voz da minha mãe, me acordando no susto.
Devagar eu voltava para a realidade e entendia que aquilo foi um sonho. Como prefiro deixar as coisas resolvidas, fui logo botar um ponto final naquela maluquice que não chegava ao fim. Levantei-me e, numa espécie de prolongamento daquele sonho – que ainda se misturava um pouco com a realidade – falei o que é raro eu dizer… Olhei pra minha mãe e disse, em meio a um sorriso calmo:
– Bom dia pra melhor mãe do mundo!
Ela estranhou um pouco, mas sorriu de volta e também me desejou um bom dia.
A melhor mãe do mundo é a minha, AHAHA.
Ótima crônica.
hahahaha valeu Ana!