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segunda-feira, 18 de março de 2024

Uma pausa prum café

Minhas crônicas de quinta.

Com leite, com pão (na chapa ou de queijo), com bolacha (ou biscoito?), com açúcar (ou adoçante?), com cigarro, na xícara, no copo de plástico ou americano. Amargo, forte ou mediano (…nunca fraco!).

Café quente, passado agorinha mesmo. Não precisa nem chamar, o cheiro entra por debaixo da porta e diz ao estudante: “Larga esse livro um pouquinho e venha me saborear…”. Para os mais românticos, alguma coisa acontece no coração ou na alma; para os mais objetivos, as moléculas do café alcançam o tronco cerebral. E os dois estão certos!

Sabe aquela música que você ama? A sua música preferida? Que te faz parar o que estiver fazendo para cantar, ouvir, sentir… O aroma do café é essa música aí, te entorpecendo silenciosamente e levantando o seu corpo.

Semente africana, do chão da Etiópia, caiu no Pará, cresceu em São Paulo e fez São Paulo crescer. Ouro preto nacional. Cafeína brasileira que desperta americanos, europeus e japoneses. Água e pó. O café é simples por natureza. Por isso ele não falta nos lares menos fartos e na casa de toda boa vó. Quanto mais simples o lugar, mais gostoso é o café. Parece que tem uma coisa (!) que a ciência ainda não explicou.

Promovedor de encontros. De reuniões sérias, em Cafeterias Gourmet, chiques e caras, à romances mexicanos:

– Que milagre o senhor por aqui!

– Vim lhe trazer este humilde presente.

– Ah, não devia ter se incomodado…

– De maneira alguma!

– Ah… Vamos entrar pra tomar uma xícara de café?

– Não seria muito incomodo?

– Ai, de maneira alguma! Queira entrar, por favor…

– D… Depois da senhora!

– Ah… [seguido de um longo suspiro de prazer…]

Há quem – sabe-se lá porquê – não gosta de café (taí outra coisa que a ciência precisa explicar), mas, uma coisa é unânime: a bebida corre nas veias de todo brasileiro. O país é pólo mundial do café. Mesmo quem toma suco, toma café da manhã. Caminhos foram abertos e cidades foram erguidas por sua causa. Em Santos, tem um Museu só para ele. Ideias são discutidas ao seu redor, e a cafeína ainda levanta milhões todos os dias.

Para finalizar, proponho algo, talvez, um pouco ousado: a mudança do nosso Hino Nacional para uma coisinha mais próxima da gente, sabe? Aquela famosa adaptação da música “Andar com Fé”, de Gilberto Gil. Todo mundo sabe: “Andar com fé eu vou, café não costuma faiá…”, ela cai como uma luva.

Luana Carvalho
Luana Carvalho
Arquiteta, cria da Unesp - Presidente Prudente. Brasileira, com 27 anos de sonho e de sangue, e de América do Sul. Escrevo porque não sei guardar segredo.

4 COMENTÁRIOS

  1. Excelente crônica! De fato, o café não pode faltar na mesa/ dia-a-dia do brasileiro. Além de ser uma bebida deliciosa e benéfica, não deveria haver quem não gostasse.

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