Em determinadas situações, os governos e o setor privado vivem o que se chama gerenciamento de crises. Isso aflora em momentos mais críticos como na pandemia. A falta de recursos de um lado e a necessidade de lucro de outro, fazem que nesses tempos de pandemia, o termo apareça comumente. Em tempos menos tensos, empresas privadas criam um setor para, quando um fato inesperado, mas possível de acontecer devido a própria atividade fim, ocorra, o gerenciamento de crise seja capaz de, minimamente, lidar com a situação. Empresas petrolíferas, de aviação e mineração são alguns exemplos.
Vivemos num país com grande disparidade social. A grande maioria da população vive com uma renda incapaz de proporcioná-los o que está escrito na constituição, no seu Art. 6º “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.” Assim a grande maioria dessa população vive, permanentemente, no que para os governos e empresas são fases momentâneas, em gerenciamento de crise. Além da permanência constante, lidam com a crise no seu amplo e variado aspecto, dado o não cumprimento do citado Art. 6º. Lembre-se o fato que as mulheres já são gerenciadoras, permanentes, dessas crises em metade dos lares brasileiros, notadamente nos de baixa renda. Entretanto, não há políticas públicas que atentem para esses gerenciadores, no geral, e menos ainda para esses lares liderados por mulheres.
Políticos e gestores de empresas são louvados quando enfrentam e conseguem passar por essas crises, já ditas momentâneas. Em algumas delas o marketing ajuda a dar à população a sensação desse dever cumprido. Com isso, aqueles buscam a permanência no cenário político, quase sempre com sucesso, já estes recebem bonificações estupendas pelo feito, caso a empresa não sofra abalo no seu valor de mercado, e em alguns casos até se valorizam.
Entretanto os verdadeiros gerentes de crise são os cidadãos e as cidadãs comuns esquecidas nos seus lares e trabalhos. Esses são que deveriam receber, de nós todos, os louvores que damos aos políticos e as bonificações dos gestores, através de programas sociais e cumprimento da constituição.