A recreação infantil é uma atividade de extrema importância na infância. Dentro de uma sociedade onde o acesso a tecnologia é fácil e ágil, e que o tempo conectado está aumentando entre as crianças, o risco de prejudicar o desenvolvimento e aproveitamento dessa fase da vida é maior. No Brasil, 93% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos de idade utilizam a internet, de acordo com a pesquisa do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic). Logo, brincar e se divertir longe das telas, como a prática da recreação, se tornou essencial.
Oferecer esses programas, que visam o desenvolvimento de forma divertida, é uma obrigação das instituições. A Declaração Universal dos Direitos da Criança, no artigo 7º, dita: “Toda criança terá direito a brincar e a divertir-se, cabendo à sociedade e às autoridades públicas garantir a ela o exercício pleno desse direito”. As atividades realizadas com esse objetivo, podem ser separadas em duas: as realizadas ao ar livre, em contato com a natureza, e indoor, ou seja, em ambientes fechados.
A recreação em ambientes abertos, trazem uma série de benefícios. Oferecer uma dose de ar fresco e luz solar é essencial para a vida das crianças, pois produz vitamina D, que tem papel crucial no organismo e pode fortalecer o sistema imunológico. Um exemplo disso é o estudo realizado na Finlândia, onde foram colocadas crianças para brincar por 28 dias na grama e na vegetação rasteira, e concluiu que o sistema imunológico delas foi estimulado.
Além disso, ambientes abertos e com contato com a natureza são mais propícios para a realização de exercícios físicos, que, por sua vez, podem ajudar a prevenir problemas maiores, como a obesidade. O sobrepeso é um dos grandes problemas vistos na infância. Segundo o Ministério da Saúde, 13% das crianças brasileiras, entre cinco a nove anos, são portadoras da condição. Outros benefícios podem englobar a melhoria do humor, contribuindo para um estado mental mais saudável.
Entretanto, as atividades ao ar livre enfrentam desafios, um deles é a vulnerabilidade às condições meteorológicas, pois locais abertos estão propícios a serem influenciados pelo clima. Outra problemática é demandar flexibilidade e planejamento. Esse obstáculo se torna maior, uma vez que é necessário conciliar a logística para essa prática, como o trajeto de levar e buscar as crianças, com a carga horária do trabalho de muitos pais, além do tempo dos cuidados básicos com o filho. Segundo o IBGE, em 2019, a população com 14 anos ou mais de idade dedicava, em média, 16,8 horas semanais aos afazeres domésticos ou ao cuidado de pessoas.
Se analisarmos por outra perspectiva, as atividades indoor não enfrentam esse problema, pois tem consistência, já que são menos impactadas pelo clima. Ambientes fechados proporcionam segurança controlada, reduzindo riscos externos. No entanto, essa forma de recreação não está livre de dificuldades. Realizar brincadeiras em ambientes fechados com grande frequência pode ser uma aliada para o desenvolvimento de um estilo de vida sedentário, associado a problemas de saúde.
Logo, a recreação infantil, por mais que possua alguns riscos, traz benefícios para a vida das crianças, independente da forma que é realizada. Além disso, o ambiente em que são praticadas pode ser intercalado, se necessário. Através de atividades recreativas, as crianças praticam o desenvolvimento social, emocional e intelectual, o que contribui para uma infância leve e completa.
Autor:
Alessandro Tomazelli é formado em educação física, com pós-graduação em lazer e animação sociocultural. Fundou a Companhia do Tomate em 1996, empresa referência em recreação infantil com festas, family ‘s day, recreação em hotéis, restaurantes e estádios de futebol.
