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sexta-feira, 26 de abril de 2024

O “EU” DIVIDIDO.

POR ISSO É QUE NÃO SEI BEM O QUE ESCOLHER FICO NA INDECISÃO: MEU DESEJO É PARTIR DESTA VIDA E ESTAR COM CRISTO, E ISSO É MUITO MELHOR. NO ENTANTO POR CAUSA DE VOCÊS É MAIS NECESSÁRIO QUE EU CONTINUE A VIVER. (FILIPENSES 1:21-23).

Não apenas a pressa é a inimiga da perfeição, mas a dúvida sem dúvida, também se interpõem, entre a dúvida e a certeza, de se escolher a coisa certa, da maneira certa e no tempo certo. Entretanto; quem em sã consciência nunca foi tomado por esse questionamento: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos?”. Dois pensamentos podem manifestar: dois caminhos, duas direções, duas concepções, duas vontades, dois âmbitos, duas razões, duas sensações, e no entanto; uma decisão! Para o verbo “Coxear” as variantes e significados se redundam em: “hesitação diante de alguma coisa”, “Hesitar“, “Vacilar“, já no sentido bíblico, “Até quando coxeareis entre dois pensamentos?”. É o mesmo que dizer: “Até quando vai permanecer encima do muro?”. Uma escolha precisa ser feita! E de escolhas e escolhas, a vida vai se delineando, nossos caminhos vão se definindo e a vida vai se adornando de significados.

O HOMEM FRACASSOU NA SUA PRIMEIRA ESCOLHA. E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, 17 Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. (GÊNESIS 2:16-17).

Aqui está a origem do “eu” dividido. O homem foi criado perfeito, sem nenhuma mácula ou mancha em sua essência até que teve ele, que fazer uma escolha: Continuar na mais perfeita harmonia com Deus ou comer do fruto proibido e passar a distinguir entre o bem e o mal. Antes disso, ele não precisava distinguir entre o bem e o mal, porque o mau não existia, e ele passou do estado de inocência para o estado de consciência, os olhos se lhes abriram e ao perceberem que estava nu tentou esconder sua nudez. Não é sem razão que o homem sempre está escondendo alguma coisa e de alguma coisa, constantemente. O seu “eu” estava sendo dirigido por Deus, ao abrirem seus olhos passou a ser dirigido por ele mesmo, e assim o seu “eu” nunca mais foi o mesmo. “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. (Romanos 3.23). A partir disso, o homem passou a viver suas crises existenciais, pessoais, sociais e espirituais. Uma divisão que começou dentro de seu “eu” passou a ser o seu próprio “eu” dividido. Verdadeiramente, o homem tem dificuldades em fazer suas escolhas.

PAULO ESTAVA DIVIDIDO ENTRE PARTIR E ESTAR COM CRISTO, E/OU FICAR ENTRE SEUS IRMÃOS EM RAZÃO DA PRÓPRIA NECESSIDADE.

Evidente que estar com Cristo é muito melhor! Estar com Cristo representaria o fim de todo seu sofrimento, mas também seria bom continuar entre seus irmãos! Pois Paulo ainda teria coisas a fazer, ensinar, aprender. No entanto; Imagine a vontade de ir sabendo com quem estaria, e a vontade de ficar sabendo com quem iria ele estar, porém quando há uma dúvida é porque há a necessidade de escolher. Jesus fez suas escolhas também, Ele fez o caminho contrário deixou seu lugar para estar entre os homens, pois teve Ele que escolher entre o céu e a terra, a fim de que; em Cristo pudesse Deus nos escolher para que fizéssemos parte da família divina. Primeiro Deus nos escolheu para que pudéssemos escolhê-lo. (1ª de João 4.19). Nós o amamos porque ele nos amou primeiro. Nosso “eu” só será de Deus, a partir do momento que passamos a pertencer a Ele. Ou seja; “Não sou eu quem vivo, mas Cristo vive em mim”. (Gálatas 2.20).

OU SOU “EU” DE DEUS OU MEU “EU” É DO MUNDO. Não há como servir a dois senhores. Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. *Tiago 4.04.

Jung Psiquiatra e Psicoterapeuta Suíço, o pai da Psicologia Analítica (1875-1961) ao falar sobre a busca de si mesmo, nos apresenta o sentido de “abrir nossas gaiolas mentais” Jesus nos fala de “abrir nossas gaiolas espirituais” isto é; libertar nosso “eu” do pecado que tão de perto nos rodeia, mas principalmente do pecado que escraviza nosso “eu”, pois quando meu “eu” era de Deus, Deus era como se fosse “eu”, a partir do momento que perdi meu “eu” de Deus, meu “eu” passou a ser de mim mesmo, e comecei eu, a andar conforme os preceitos deste mundo. Consequentemente, Deus foi posto para fora de mim, e eu passei a controlar eu mesmo, consequência: me destituí totalmente da glória de Deus. Até o dia que fui novamente reconquistado por Ele. “Ele me amou primeiro” e a maior prova desse amor é não mais eu viver em mim, mas Cristo. A primeira escolha me separou de Deus, mas minha última escolha pode me aproximar dele! A escolha de Adão foi minha perdição, a escolha de Cristo é minha salvação, mas preciso escolhê-lo para ser meu Deus. Paulo poderia estar com Cristo mesmo estando aqui, pois somos peregrinos nesse mundo, pois nossa morada está no céu. A partir do momento de não ser mais “eu” mas Cristo viver em mim. O “eu” da maioria das pessoas continua dividido, contudo uma casa dividida não subsiste, um Reino dividido não permanece, uma vida dividida não enriquece, o “eu” dividido não me estabelece como filho de Deus, pois Deus não divide sua glória com ninguém, nem mesmo com você. Até quando coxeareis entre dois pensamentos?

Claudinei Telles
Telles
O autor é Mestrando em Ciências Educacionais (UNIVERSIDADE LEONARDO DAVINCI - PY). Bacharel em Teologia. (Faculdade Teológica Sul americana - FTSA). Licenciado em: Filosofia, Teologia, História e Pedagogia. E especialista em: Orientação Educacional, Teologia Bíblica, Ciência da Religião e Neuropsicopedagogia. Atuou por alguns anos, no Ministério Pastoral, Ensino de Teologia e Educação secular, nos níveis Fundamental e Médio.

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