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segunda-feira, 22 de abril de 2024

Moradas Pet Friendly: um grande fenômeno no décor de interiores

Com o crescente aumento das famílias com um peludinho de estimação, cada vez mais é primordial planejar a casa para que a vivência seja boa tanto para os tutores, como os pets. O segredo está na execução do projeto e nas escolhas certas dos materiais

Os espaços pet friendly já deixaram a alcunha de tendência para se efetivarem como uma realidade tanto nos projetos residenciais, como nos comerciais. E essa consciência não é para menos, já que o Brasil ocupa a terceira colocação no ranking dos países com a maior população pet do mundo, ‘perdendo’ apenas para a China e os Estados Unidos, conforme dados da consultoria alemã GSK, e de acordo com o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há um total de 203 milhões bichinhos nos lares de todo território nacional.

Seja para famílias maiores ou mesmo por aqueles que decidem ser apenas pais ou mães de pets, esse amor se deriva em uma convivência cada vez mais próxima nos ambientes da casa, deixando de lado o antigo comportamento de deixar cães e gatos apenas no quintal.

Experientes em ouvir os desejos de cada tutor, um time de arquitetos compartilha dicas importantes para os projetos de interiores e são unânimes em afirmar: dá sim para conciliar excelentes escolhas e decisões dentro de cada estilo de décor. Acompanhe:

Defina um espaço especial para o animal

 
Neste projeto assinado pela arquiteta Cristiane Schiavoni, a varanda integrada tornou-se o playground para os dois gatinhos da família composta por um casal com dois filhos pequenos. A estrutura com arranhador, escadinha e nichos ficou harmônica com o décor e super alinhada com a dinâmica de brincadeiras dos felinos | Fotos: Guilherme Pucci

Os pets sempre fizeram parte de nossas vidas, mas até certo tempo atrás, as casas não eram pensadas para promoveram essa inclusão. “Quando sei que meus clientes têm um bichinho de estimação, busco conhecer as características e hábitos para que ele faça parte e usufrua do projeto”, argumenta a arquiteta Cristiane Schiavoni. E embora todas as escolhas do décor sejam pensadas também para eles, ela diz que dentro de uma arquitetura pet friendly é fundamental definir um espaço totalmente dedicado para eles.

No caso dos gatos, é comum se sentirem mais seguros e confortáveis quando estão em um ponto alto do chão, pois o corpo deles apresenta uma estrutura propícia para essas atividades. “Por isso, para uma família com dois gatos, propus uma área de brincadeiras que ficou sensacional e de forma nenhuma destoou com a decoração. Digo que foi totalmente o contrário, pois a estética se completou“, relembra a arquiteta.

Já em lares com cachorros, Cristiane oriental que o ideal é projetar um cantinho que propicie uma visão ampla das pessoas que transitam pela casa durante o dia, visto que essa presença próxima é sinônimo de segurança e felicidade para eles.

Escolha os tecidos certos

Tecidos com tramas fechadas, resistentes e impermeabilizados são providenciais para revestir sofás, cadeiras e poltronas, pois a baixa textura não desperta o instinto dos animais – principalmente dos gatos –, que por  natureza gostam de arranhar como forma de demarcar território visual e olfativo.

Para os tapetes, nada de desconsiderar seu uso por conta do receio de sujar. A dica para facilitar a remoção de pelos e outros sujidades é escolher modelos produzidos com fibras sintéticas como o vinil, nylon, polipropileno e nylon, entre outras possibilidades. Com relação às cores, tonalidades do bege e nude são perfeitas para não ‘entregar’ manchas ou o excesso de pelos.

  
Sofás e poltronas são móveis queridinhos para o descanso de cachorros e gatos. Nos projetos realizados pelas arquitetas Vanessa Paiva e Claudia Passarini, até peças de design assinado, como a Poltrona Mole, de Sergio Rodrigues, é um espaço perfeito e seguro – tanto para os pets, como seus donos | Projetos: Paiva e Passarini Arquitetura | Foto: Xavier Neto

Cantinhos para se conectar com a família

Quem tem animais sabe a delícia e as responsabilidades de criá-los e ter a casa totalmente sob controle. De acordo com a arquiteta Júlia Guadix, embora o lar seja um amplo território para eles, é necessário oferecer um cantinho para seu senso de pertencimento e conexão com a família.” Em todo projeto que faço para donos de pets, deixo sinalizado o lugar da caminha, tapete higiênico ou caixa de areia, comedouro, bebedouro e os brinquedos. Sempre sugiro que esses itens estejam em harmonia com a decoração da casa, seguindo referências como a paleta de cores, por exemplo”,  destaca a profissional à frente do Studio Guadix.

 
Mãe do Bolota, a arquiteta Júlia Guadix conta que seu pet tem espaços especiais em sua própria casa e na dos avós. Com caminhas e tapetes confortáveis espalhados pela casa, o pequeno morador aproveita seu dia com tranquilidade | Projeto: Studio Guadix | Fotos: Guilherme Pucci

Ouse nas cores

Além de trazer alegria para os donos e aos ambientes, os pets são um bons motivos para inserir cores ousadas nos espaços, tornando-se uma estratégia para disfarçar a sujeira que fica mais evidente em projetos monocromáticos. Os arquitetos Bernardo e Priscila Tressino, sócios-proprietários do escritório PB Arquitetura, afirmam que é essencial combinar a cor do animal com o piso para amenizar o visual de manchas e o excesso de pelo.

Pintar as paredes com tintas laváveis ou optar pela aplicação de papel de parede com fácil manutenção são possibilidades que deixam a vida dos moradores mais tranquilas. Nesse dormitório executado por Priscilla e Bernardo Tressino, o branco do enxoval e do desenho da parede estão em linha com a pelagem da gatinha | Projeto: PB Arquitetura | Foto: Henrique Ribeiro
E os odores?
Para a arquiteta Júlia Guadix, a limpeza constante das casas é essencial para uma convivência
saudável com os pets | Foto: Guilherme Pucci

Um dos desafios dos tutores de animais em casa é driblar o desconforto com os cheiros. Segundo a arquiteta Júlia Guadix, os desinfetantes enzimáticos são recomendados para a higiene de espaços com cães, pois a composição quebra os compostos da urina. Também não há como se descuidar com a organização, que interfere diretamente na higiene dos locais. “Quanto mais roupinhas, caminhas e brinquedos espalhados pelo imóvel, a tendência é que esses odores se alastrem”, afirma.

Para evitar a impregnação no estofados, ela indica a utilização de capas nos móveis que cães e gatos adquiriram o hábito de estar, evitando o contato direto com o revestimento original.

Autora:

Vitória Messias

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