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terça-feira, 23 de abril de 2024

Quando a paixão se perde e a esperança se renova

Sentada sozinha num barzinho qualquer, Ana observa ao seu redor e se depara com casais que, inconscientemente, estão satisfeitos com seus relacionamentos fadados ao fracasso.

Os beijos quentes e cheios de paixão se perderam no tempo, mas é visível o quanto necessitam do outro para se sentirem “protegidos” e “amados”, mesmo estando num relacionamento salobro e sem nenhuma perspectiva de ter momentos de paixões avassaladoras porque se condicionaram um ao outro e estagnaram em suas respectivas rotinas.

Com o tempo, não percebem mais o brilho do outro e sua busca por um momento de paixão e pura entrega são colocados de lado e seguem suas vidas achando que “está tudo bem”, quando, na verdade, está tudo sem graça e sem nenhum tempero.

Ana percebe que o medo do outro de terem sentimentos diferentes, de se sentirem vivos novamente, de terem brilho na alma, faz com que recuem e se entreguem completamente a àquele relacionamento morno e restrito às obrigações.

Já por outro lado, ela observa também pessoas solitárias como ela procurando seu “porto seguro” e suas promessas de amor eterno. Sozinhas, buscam algo que preencha seu vazio e as façam sentir “completas”. A outra metade da laranja.

Seletivas em alguns momentos, noutros não, seguem suas vidas procurando “o outro”, trilhando um labirinto de emoções.

Existe, então, um ciclo vicioso: a busca pelo outro para que preencha aquele vazio e solidão. 

Mas, o que ficou claro para Ana e aquelas pessoas não percebiam é que essa incessante busca a fará parar no mesmo caminho que outrora saíram: um relacionamento que estagna e entra na rotina que acabam sendo neutralizados pela apatia e sendo levados a empurrarem a vida com a barriga se não forem regando a plantinha do amor dia após dia.

Para Ana foi fácil perceber que a busca pelo outro é inconsciente e inconsequente; que não é no outro, mas em cada um que está a chave para uma vida nova.

Ao constatar isso, Ana não segura as lágrimas. Mas, o choro solitário faz com que ela compreenda a escolha do outro de estar ou não sozinho, mesmo que isso custe a sua paz.

Ao chegar em casa, olha para o outro lado da cama vazio e se depara com a profunda solidão, mas se dá conta que o verdadeiro preenchimento daquele sentimento de vazio e solidão estão dentro dela e não no outro.

Autora:

Patricia Lopes dos Santos

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