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quinta-feira, 25 de abril de 2024

A dinâmica da vida

Principalmente quando olhamos os fatos do dia a dia é que nos fazem acreditar que a vida ainda tem muito valor e vale a pena ser vivida com a intensidade que merece por cada um de nós. Porque durante todo esse tempo experimentamos a doçura e a tristeza simultaneamente. Até que finalmente, saberemos distinguir qual sabor e tempero queremos dar a ela. Nos dias doces, o mar torna-se cada vez mais visível, e nada mais importa senão a alegria dos dias mágicos que a vida nos proporciona face às inúmeras adversidades constantemente. É o regozijo da superação, um tributo a vitória.

Na contramão de tanta euforia, às vezes, senão na grande maioria, os dias amanhecem amargos e parece que não queremos engoli-los de jeito nenhum, aliás, são as circunstâncias de cada amanhecer que dita as regras do jogo e não nós infelizmente. É na amargura da vida que também se revela a beleza que há nela.  Sim, isso mesmo! O aprendizado está principalmente em dias amargos e teimosos, nos equívocos cometidos e retificados. Consequentemente, essa dicotomia agridoce se refletirá em dias, meses, anos e durante toda a nossa breve passagem por esta dimensão até chegar o momento que o trem da vida chega até a nossa estação e teremos que desembarcar de uma forma ou de outra e trilharmos outros caminhos.

Atravessamos por essas e outras situações generalizadas e contraditórias enquanto habitamos neste plano e a diferença encontra-se nos dias que desejamos e queremos em nossas vidas. Como tornar seus dias mais doces e menos amargos? É simples! Basta apenas nos voltarmos para o nosso interior encontrando nosso limite, lugar tempo e espaço.

Se permita perguntar diariamente qual a sua missão por aqui. Trabalhe com suas angústias e perspectivas, sem depender de ninguém para ser feliz senão de você mesmo, viva como quiser e puder, seja livre de alma, procure manter-se leve perante a vida e nunca tire da cabeça que a mesma é curta demais para não ser vivida ou desperdiçada com aquilo que nada tem para acrescentar no percurso. Aproveite tudo o que estiver ao seu alcance, obviamente dentro da legalidade, acredite na esperança de que tudo ficará bem e não espere nada em troca das pessoas. Não se esqueçam que cada um oferece aquilo que tem de melhor ou de pior a si mesmos e aos demais.

Não se preocupe em fazer alguém feliz ou magoado, apenas faça o que tiver que fazer. Não tente agradar a todos, pois, quem a este fim de destina acaba colecionando decepções uma atrás da outra. O que podemos fazer é viver as nossas vidas da melhor forma possível e deixar as opiniões alheias de lado, afinal, elas pouco ou quase nada farão diferença em nosso caminho. Busquemos ser águias livres, porque não precisamos carregar fardos desnecessários em nossos ombros. Trabalhe em silêncio, barulho não combina com evolução, afaste-se vagarosamente de pessoas tóxicas e que em nada acrescenta e perceberás que sua jornada diária será mais tranquila.

Ah! Não transfira e não terceirize a sua felicidade, você é o que é independentemente de quem esteja a seu lado e ponto final. Amor a dois é ótimo, porém não nos esqueçamos que são pessoas, corpos e mentes que pensam, agem e reagem de formas diferentes, e precisamos trabalhar a ideia de sermos felizes sem elas, pois, num belo dia podem amanhecer com novos planos dos quais poderemos não fazer parte.

Não finja ser aquilo que não é para impressionar os outros, é desnecessário já que quem tem olhos de águia verá o seu caráter e não sua conta bancária. Sonhos de sermos alguma “coisa” na vida todos temos, só nos resta saber em qual lugar nos cabe dentro do contexto. Não queiramos puxar o tapete de ninguém, não é necessário, pois, o que é para ser seu será seu não se preocupe! Se não acontecer o que deseja é porque não chegou a sua hora. Acalme-se! Mude de direção. A vida doce ou amarga se encarregará de colocar tudo em seu devido lugar.

Esqueça o passado, quem curte isso são pessoas que visitam museus. Apenas visitemo-nos e apropriemo-nos dos seus valores e memórias, porém não se torne uma antes do prazo. Abra-se ao diálogo, não nos sintamos melhores do que ninguém porque não somos, uma vez que ao morrermos iremos todos para o mesmo lugar e até onde sabemos caixão não possui gavetas. O que quero dizer aqui é que levaremos somente aquilo que vivemos e nada mais. Temos também a opção de como queremos ser lembrados após nossa partida. Perceberam como a vida é feita de escolhas? E também não nos esqueçamos que a vida segue para quem fica.

Por fim, temos a soberba, que se configura quase uma morte de pessoas que ainda vivem, pois, lhe cega, prejudica e nos fazem “irracionais” pensantes, o que é pior de tudo. Faremos uma citação interessante de Mario Sergio Cortella que diz o seguinte: “há pessoas que morrem mesmo estando vivas, pois, são banais, fúteis e inúteis, não fazendo falta. Só há um jeito de fazer falta: sendo importante, mas não no sentido de ser famoso. Tem muita gente que é importante, e não tem fama, enquanto há gente famosa que não possui a menor importância”. Perceberam a amplitude da fala de Cortella? Simplesmente reflitamos sobre o doce e o amargo da vida.

Autor:

Luciano Bissóli. É graduado em Ciências Biológicas, Filosofia e Pedagogia. Especialização em Psicopedagogia Institucional e Gestão Escolar, MBA em Gestão Pública e Projetos, Mestrado livre em Teologia, Doutor Honoris Causa em Educação, Mestrando Acadêmico em Educação pelo Institute Theology Science – Flórida, Estados Unidos. Exerce as funções de Diretor de Escola na EMEB José Francisco Rodrigues, no Município de Paulo de Faria/SP.

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