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terça-feira, 30 de abril de 2024

O ato de escrever

Bom dia. Hoje é sábado, e por este motivo não estou publicando mais um capítulo de nossa novela diária. Por motivos vários, decidi publicá-la apenas de segunda a sexta, deixando o sábado e domingo para escrever algumas crônicas e outros tipos de escrito… Hoje vamos de crônica. E qual é o assunto que escolhi para esta data? Bem, depois de muito pensar, resolvi escrever sobre o ato de escrever. Mas porque justamente sobre isso? Bem, eu participo de vários grupos do Facebook onde o objetivo principal é, sem dúvida, o ofício da escrita. Sempre gostei de passar minhas ideias para o papel, embora não o fizesse com a constância que eu gostaria. E nesses dias acabei entrando em várias polêmicas onde, não raro, acabava por me contradizer… explico… tudo começou em um grupo chamado “Clube do Livro”, onde publicaram uma tirinha criticando aqueles que se iniciam na escrita e, logicamente, ainda não tem o domínio da arte de contar uma história em prosa, embora tenham ideias excelentes… segundo essas pessoas, se o postulante a escritor não conhecer todas as regras da língua em que escreve, não deveria se aventurar a mostrar sua produção para os outros…em, suma, alegam que a pessoa não consegue nem mesmo ler um gibi, e quer se meter a escrever um livro… quantas ousadia…

A segunda polêmica, ainda quanto a arte da escrita, foi com um colega de trabalho. Pessoa muito inteligente e culta, estava conversando sobre a arte da desconstrução de um texto para poder entender a sua estrutura. Bem, é claro que discordei. Afinal, o analista de um texto não tem condições de adivinhar qual era a ideia do autor quando este escreveu seu original. Você pode gostar ou não do que eu escrevi… mas você jamais conseguirá saber em que eu estava pensando quando coloquei no papel esta ou aquela ação, visto que o ato de escrever é algo espontâneo, e você (ao menos é assim comigo) só vai definir o que está ocorrendo em seu escrito quando está finalizando o mesmo.

A terceira foi quanto a um desafio de escrita. E qual era esse desafio? Escrever um mini conto com trezentos caracteres… que depois foi aumentado para seiscentos. Com todo o respeito que tenho para com os idealizadores (que, não posso negar, são talentosíssimos) um texto de trezentos caracteres ou mesmo seiscentos, não pode receber a denominação de “conto”… como exercício de criação é excelente, pois te obriga a desenvolver uma ideia com um número reduzido de palavras. Te obriga a planejar toda a estrutura do texto, mesmo antes de começar. Porém, ao menos para mim, não é assim que se produz um texto, seja ele conto ou qualquer outro tipo de escrita. Quando estou em frente ao meu desktop e me proponho a escrever, gosto de me soltar, deixar a imaginação tomar conta daquilo que estarei produzindo. As regras gramaticais? Depois que terminar de escrever, me preocupo com isso. Não dá para você escrever e ficar pensando se o verbo está no tempo correto, se a crase foi colocada corretamente e… bem, esse tipo de coisa fica para o final, quando você revisar seu texto.

Uma frase com trezentos caracteres tem, no máximo, dependendo do tamanho das palavras, entre sessenta a setenta palavras. É, quando muito, uma citação. Conto? Na minha opinião, não dá para classificá-lo assim. Mas aí estou agindo exatamente como os criadores da tal tirinha que citei acima. E é exatamente isso que me incomoda. Pois, se eu estiver certa, eles também estão. Mas, se eles estiverem errados em sua colocação, eu também estou… “ou põe a luva e não usa o anel, ou usa o anel e não põe a luva…”

Tania Miranda
Tania Miranda
Trabalho na Secretaria de Estado de Educação do Estado de São Paulo e minha função é "Agente de Organização Escolar", embora no momento esteja emprestada para o TRE-SP, onde exerço a função de "Auxiliar Cartorário". Adoro escrever, e no momento (maio de 2023) estou publicando meu primeiro livro pela Editora Versiprosa...

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