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quarta-feira, 24 de abril de 2024

A Ilha dos gatos!

Era de manhã, o sol ainda estava nascendo. Caminhava tranquilamente pelas ruas ainda desertas. E de repente: não sei o que aconteceu – senti figuras estranhas a me perseguir – apressei o passo, elas também aceleraram. Não conseguia distingui-las, ouvia apenas um coro de miados, parecia que um batalhão de gatos invisíveis me perseguia. Olhei para trás, ao redor e nada via. Pensei! Isto não é lógico, é pura imaginação. Comecei a correr…eles também. O sol saiu. Tudo parecia visível. Menos os terríveis gatos. Escondi-me debaixo de um pontilhão. O ronco dos motores de carros que passavam dizia que tudo estava normal.

De repente; um silêncio macabro, e na quietude daquele lugar uma neblina surgiu do nada, e os gatos estavam dando risadas, como num jogral, parecia que riam de mim. O que queriam comigo, me perguntei? Meus pensamentos não me responderam. Medo! Dúvidas. Onde estou? Não reconhecia o lugar. Vi gatos altos; Vi gatos baixos; gatos de todas as raças e cores – Vi gatos de paletós e gravatas, vi gatos e gatas de saias. Meu cérebro fervia, estava ficando louco?

Sai de onde estava, e andei por uma avenida. Constatei que todos que passavam eram gatos. Entrei no ônibus! O motorista, o cobrador, os passageiros, todos pertenciam a família felina. Assustado exclamei! Estou num pesadelo! Desci o mais rápido possível daquele ônibus infernal. Na parada uma surpresa; uma gata veio falar comigo. Miau! Acho que era um bom dia! Assustado não respondi, e sai em disparada. Ouvi a sirene da polícia – gritaram ” Pega e enjaula o estrangeiro. Ele precisa ser doutrinado”: nada entendi. Eles também eram gatos. Algemaram-me! Colocaram-me numa enorme máquina. De olhos vendados não pude acompanhar a metamorfose – ao abri-los percebi que meus dedos haviam virado unhas afiadas, minha pele; pelos. Um rabo começou a nascer em mim. Tentei gritar: saiu um miado em minha voz! Ouvi, na língua dos felinos: “bem-vindo a Ilha dos gatos, agora você é um de nós”. Dei um pulo, como um verdadeiro felino, e sai sem rumo pela ilha para tentar pegar a balsa rumo ao continente…

Autor:

Jaeder Wiler

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