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segunda-feira, 13 de maio de 2024

O que levar em consideração para escolher a tinta de parede certa dos ambientes residenciais?

A arquiteta Marina Carvalho mostra que a decisão vai além das cores: é preciso avaliar a aparência estética, acabamento e a durabilidade do produto

A fase de pintura das paredes é recorrente em dúvidas, uma vez que a escolha da tinta vai muito além da seleção de cores: outros requisitos importantes devem ser considerados antes de definir o material. Hoje em dia não basta abrir a lata, preparar a tinta e aplicá-la na parede. Com um leque variedade de produtos para diferentes tipos de superfície, a tinta certa resulta na estética esperada para o décor, se alia ao estilo de vida dos moradores e contribui para a longevidade do trabalho. 

Antes de pensar na tinta, sempre analisamos o estado da superfície que será pintada. É primordial que a parede esteja regularizada, lixada e com o acabamento perfeito. Esses cuidados contribuem para o resultado, pois as tintas acetinadas e com brilho destacam as irregularidades. Eu sempre recomendo o acrílico fosco, que é mais resistente e pode ser lavado com esponja“, esclarece a arquiteta Marina Carvalho, à frente do escritório que leva seu nome. 
Em dormitórios, a tinta acrílica com acabamento, fosco ou acetinado, é uma ótima opção por conta de sua resistência e o ar refinado e aveludado. |Fotos: Evelyn Müller
Ambientes internos e externos
Cada tipo de tinta é destinado para uma situação específica. Entre elas estão que exalam ou não o odor do material, antimofo e com ação antibactericida, entre outras especificidades encontradas no mercado de construção. Contudo, é preciso analisar também qual ambiente ela será aplicada – na parte interna ou externa do imóvel. Por mais que uma tinta de área externa também possa ser aplicada internamente, o contrário pode acabar não dando um resultado satisfatório. “Na parte interna da casa podemos contar com o látex ou acrílico. Já na parte externa, o recomendado é trabalhar apenas com o acrílico“, recomenda a profissional. 

Pintura em áreas úmidas
Em ambientes molhados, como este lavabo, a melhor alternativa é a utilização da tinta acrílica, pois além de resistente, também é lavável. |Fotos: Evelyn Müller
Quando o assunto é pintar um ambiente úmido como lavanderias, banheiros e cozinhas, existem dois tipos de tintas indicados para os locais. A primeira delas é a acrílica, que oferece maior resistência em relação à umidade: algumas marcas contam com proteção antimofo e também são laváveis. Para garantir maior durabilidade do produto, em alguns casos é recomendada a utilização de um selador como estratégia para preparar a superfície antes da pintura. 

Outra indicação para áreas molhadas são as tintas tipo epóxi, reconhecidas como as mais resistentes do mercado, com alta durabilidade e capacidade de impermeabilização. 

Acabamento de tinta
Neste corredor monocromático, além da tinta, o acabamento foi essencial para a beleza do espaço. Por se tratar de uma área que realiza a conexão entre os ambientes, Marina decidiu por um acabamento semibrilho, que é resistente à umidade e possui uma textura reluzente. |Fotos: Evelyn Müller
Cada ambiente da casa necessita de acabamentos de tinta diferentes. Esse cuidado com a parede vai além da questão de estética, uma vez que escolher a textura ideal de uma superfície resulta em mais longevidade e menos dor de cabeça. Para paredes sem imperfeições, o acabamento mais indicado é o semibrilho, que oferece boa resistência em áreas molhadas, evitando a proliferação de mofo no ambiente, e traz uma textura reluzente. “É ótima para quartos infantis, já que resiste a arranhões, riscos e é de fácil limpeza“, orienta Marina. 

O acabamento acetinado é outro estilo recomendado para ambientes molhados e harmoniza super bem com os tons mais claros. Porém, o retoque desse tipo de acabamento é um pouco mais difícil de ser feito: com isso, o ideal é que a parede escolhida não fique suja com facilidade. Já o acabamento fosco é perfeito para revestir paredes com imperfeições, visto que ajuda a disfarçar a diferença no nível da superfície. No entanto, não é recomendado para qualquer tipo de ambiente, pois suja com facilidade, é uma limpeza complicada e pouca resistência à água. 

Renovando a pintura
No dormitório deste apartamento, o rústico dos tijolinhos ganhou ainda mais personalidade quando o azul jeans foi aplicado. Como se trata de uma superfície irregular, Marina optou pela tinta látex, a melhor alternativa nestes casos. |Fotos: Evelyn Müller 
Por mais que tipo de tinta tenha um tempo de vida útil, o desgaste e a renovação da pintura dependerá de fatores como clima, exposição ao sol e forma de aplicação, entre outras questões. Entretanto, quando se utiliza tinta de boa qualidade e as paredes são preservadas de agressões, a pintura pode ser mantida por até 10 anos. De acordo com Marina, os principais indicadores para uma nova pintura são fatores como bolhas, desbotamento e descascamento. “Esses ‘sintomas’ mostram para o morador que já hora de dar uma renovada na pintura. Eu recomendo a cada 5 anos, pelo menos“, aconselha. 

Outras superfícies
Neste projeto, o azul está empregado não só na parede, mas também na porta, acentuando uma sensação de continuidade. Para superfícies de madeira, a arquiteta recomenda o uso de tinta esmalte acetinada |Fotos: Evelyn Müller
A pintura de uma casa não se restringe apenas às paredes, haja vista as cores nos ambientes também estão presentes em outras superfícies como portas de madeira e metal, por exemplo. Nestes casos, Marina recomenda o uso de esmalte acetinada, à base de água, pois o produto com solvente pode amarelar com o tempo se a tinta for branca. 

A arquiteta faz questão de lembrar de outra parte dos ambientes que também tem muita importância. “Não podemos nos esquecer do teto, pois ele é tão importante quanto a parede. Nesta área, a melhor opção é o látex fosco que tem boa durabilidade, fácil aplicação e é resistente ao mofo“, finaliza.   

Sobre a arquiteta Marina Carvalho 
Graduada pela faculdade de Arquitetura e Urbanismo, com MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Projetos na Fundação Getúlio Vargas, no início de sua carreira, Marina de trabalhou no Estúdio Penha, e, posteriormente, com Arthur Casas, onde ocupou por muitos anos um cargo de coordenadora em uma das maiores incorporadoras da América Latina. Esta etapa foi importante em sua carreira pois lhe deu a percepção de que sua verdadeira realização só viria quando pudesse levar às pessoas tudo em que eu acreditava.  

A decisão de montar seu próprio escritório aconteceu após passar uma temporada morando em Londres, o que aumentou sua inquietude. Marina, que acumula cursos em seu currículo, entre eles, o técnico de Design de Interiores do Senac, entre outros (iluminação, fotografia, paisagismo, cenografia), optou pela liberdade de fazer aquilo em que acreditava por meio de um projeto autoral. Atualmente a arquiteta trabalha no escritório que leva o seu nome, Marina Carvalho Arquitetura. Para ela, perceber nos olhos do cliente o sentimento de alegria e satisfação no dia da entrega é o que a faz acordar feliz todos os dias.  

Autor:

Leonardo Sandoval

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