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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Olhar quadrado

Percebo um olhar que me acompanha por anos. Um olhar quadrado e todo emaranhado. Pois, é assim que olhamos o nosso dia a dia. Na correria desde o despertar até o repousar.

Envolvemo-nos com a vida perdendo o senso da realidade e robotizamos. Buscamos o nosso olhar quadrado e seguimos o dia. Esse olhar tem que ser encaixadinho, porque não temos tempo para reflexões. Acordar, levantar, fazer o desjejum, e assim por diante nos distribuir em tarefas quadradas.

O pensamento invade o quadrado das atividades diárias. Atividades que deverão ser bem executadas para que a possibilidade da frustração não estrague o dia. Se a emoção inóspita casar com o pensamento negativo resulta numa frustração ideal para acabar com o dia. Quantas vezes dissemos ou ouvimos: isso acaba com o meu dia!

Basta uma frustração para acinzentar a alma do dia quadrado. Porque o dia quadrado tem que ser seguro, estável e perfeito.

E se tudo ocorrer bem, se coloca o ponto final _ no longo dia quadrado. E seguimos o movimento do quadrado para o próximo dia.

Ah! Mas quando despertamos num dia redondo, sabe aquele dia redondinho? Daí, percebemos que temos que nos ajustar as causas do Universo. Sim, as causas do Universo. Olhamos ao redor e verificamos que o enlace de um abraço é redondo, que a mão se arredonda para receber o cumprimento de outra mão, que os lábios superior e inferior se arredondam para construir o beijo, e que tudo isso nos leva ao estreitamento das nossas relações afetivas.

E são as nossas relações afetivas as mais esquecidas no dia quadrado. O Universo aninha o nosso planeta redondo, e ninhos na maioria das vezes são circulares. A construção do divino nos leva a conjeturar sobre as formas. Olhamos para as formas circulares e/ou redondas para receber no nosso globo “redondo” ocular as imagens que representam simbolicamente a   unidade total do eu.

Na simbologia das formas redondas encontramos o movimento, a expansão e o dinamismo da vida. Pois, são formas que representam perfeição e harmonia. Quiçá podemos acordar em mais dias redondos e nos render aos propósitos universais, pois afinal, somos poeiras cósmica com características arredondadas flutuando no espaço entre estrelas.

Autora:

Sandra Guimarães

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