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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Burguesia, latifúndio, escravidão e imperialismo no Brasil

O presente artigo trata de diversas questões inerentes ao desenvolvimento do capitalismo no Brasil, incluindo queda de câmbio encarecedora de importação, uma espécie de feudalismo baseada em verbalização contratual, latifúndio, golpe de Estado, proletariado, imperialismo e escravismo. Especialmente baseado na obra de Sodré, um nacionalista antiliberal, que vive um momento crucial para a definição das políticas a serem adotadas no futuro do país: luta entre progressismo e conservadorismo, efervescência de debates no Clube Militar entre nacionalistas e entreguistas, suicídio de Getúlio Vargas, desenvolvimentismo[1] de Juscelino Kubitschek, sociedade civil nas ruas em prol de liberdades civis e políticas etc. Toma partido em prol da democracia autoritária de Estado, para a concessão de direitos aos trabalhadores – já que um capitalismo robusto depende de salários fortes para estimular o modo de produção e o consumo de produtos de valor agregado, além da mera vida vegetativa nos supermercados inflacionários – e redução do analfabetismo como condição para o aumento da participação do eleitorado – inclusive defendendo a concessão do direito de voto aos militares –, algo que Vargas já vinha estimulando desde a década de 1930 para fazer frente às oligarquias da República Velha. Outrossim, Sodré defende a institucionalidade e o nacionalismo radical. Embora fosse marxista no método, não defendia o socialismo no Brasil, talvez por considerar que o país estivesse longe de estar pronto para esse sistema sociopoliticoeconômico. Considerava o latifúndio como o grande problema nacional, intrinsecamente relacionado ao imperialismo. Com o Golpe Militar de 1964, o progressismo nas Forças Armadas se restringe, e o Clube Militar, onde o general Sodré teve cargo importante, deixa de lado aquela polarização supracitada e assume feição menos controversa, quando o país parece tomar partido ora alinhado com os Estados Unidos na Guerra Fria, ora procurando ares de liberdade em uma terceira via além de estadunidenses e soviéticos.


[1] Um dos assuntos discutidos pelo Instituto Superior de Estudos Brasileiros – ISEB –, cujos integrantes foram exilados com o golpe militar de 1964 no Brasil.

Autor:

Hudieny Dias de Souza

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