No jogo contra o XV de Piracicaba no dia 23 de fevereiro, a equipe demonstrou força de vontade e é a clara candidata para o título e a promoção à série A1 do Paulista, pela primeira vez desde 2015.
Quando se entra no Canindé pela primeira vez, como eu, o choque é instantâneo.
Você se sente menos em um clube e mais em uma extensão do bairro de mesmo nome, com os portões abertos e um simpático bar de esquina repleto de torcedores da Lusa.
Logo pela entrada, uma belíssima capela em homenagem à Nossa Senhora de Fátima, reformada e com a cruz que habita o símbolo imponente na porta de vidro escuro.
Pouco depois você já chega na Taberna Cais do Porto, um reduto português de petiscos e cervejas no qual nem consegui entrar, de tão cheio que estava. Todos torcedores na espera do jogo, em uma competição que significa muito para o futuro do clube.
A Portuguesa não viveu bons momentos na década passada, e para essa década de agora o projeto é de recuperar a glória do clube. Ano passado, disputaram a série D e foram bem, mas não conseguiram o necessário para avançar para a série C, e esse ano não jogam a competição nacional.
Porém, uma promoção para a série A1 do Paulista, e a permanência por pelo menos um ano, dão o acesso para a série D, mesmo que não vençam novamente a Copa Paulista neste ano, como faz parte do planejamento do clube.
Os torcedores da partida estavam bem otimistas.
Um deles, Pedro Ferreira, chegou a sugerir um placar de 2-0.
E mesmo demorando para chegar – muito provavelmente por estarem ocupando os bares no entorno e dentro do clube – os torcedores compareceram na medida do esperado.
Em meio a torcida “casual”, as muitas famílias e gerações de torcedores da Lusa, estava ali a Leões da Fabulosa, a organizada da Portuguesa.
Foram os responsáveis por manter o time animado e até mesmo cobrar a participação da torcida em mais de uma ocasião, querendo que a equipe sentisse a energia ecoando no estádio próximo às margens do que um dia foi o Rio Tietê.
Lugar perfeito para um time que, também, já foi tão maravilhoso e encantou massas ao redor de São Paulo e do Brasil.
Time que, diferente do Tietê, ainda tem chances de se recuperar; e muitas.
Grande parte dessas chances existem por conta do apoio da Leões, que faz 50 anos de idade neste sábado, dia 26 de fevereiro, e comparece em todos os jogos e acredita demais na recuperação da equipe.
No jogo, não conseguiram empurrar o time para a vitória, pois esbarraram na tática puramente defensiva e, alguns diriam, catimbeira do XV de Piracicaba.
Adiantou, pois conseguiram sair de São Paulo com 1 ponto, mesmo com uma equipe inferior à Portuguesa, que buscou o jogo durante todos os minutos de jogo.
Esbarrou na trave e no travessão, mais de uma vez.
Assim como esbarrou na trave para o acesso à série C no ano passado.
Mas, em breve, acredito que isso vai passar.
Afinal, é como grita a apaixonada torcida, que mais parece uma grande família:
“A Lusa nunca vai morrer – NUNCA!”
*Desde o dia do jogo em questão, a Portuguesa enfrentou o Velo Clube e venceu por 1-0, fora de casa.
Ela segue na liderança e agora faltam poucas rodadas para confirmar o acesso à série A1.