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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Projeto no Rio reuniu artistas de diversas partes do Brasil, entre elas, do Sul- Pauta

Arte de rua no Rio: Pati Rigon- perfil: Apaixonada pela cidade, artista do Sul integra projeto com dedicação e intensidade no Rio de Janeiro

Pintando com diversos estilos artísticos na Zona Portuária do Rio de Janeiro, o projeto Rua Walls entregará no fim deste ano, painéis enormes com arte espalhada pela região Central da cidade. Muitos artistas, de diversas localidades do país, estão abraçando a iniciativa. Uma delas é a gaúcha Pati Rigon, de 35 anos. Uma artista autodidata que é apaixonada pela Cidade Maravilhosa e que começou a pintar por conta própria. “Um projeto como o Rua Walls é uma iniciativa incrível. Espero muitas outras edições e que o projeto estimule o surgimento de muitos outros festivais no Rio e pelo restante do Brasil afora. É incrível porque mobiliza e fomenta toda uma cena cultural que muitas vezes é complexa para acontecer de forma individual”, destaca ela.

 Pati tem o estímulo que a arte traz ao revitalizar uma área urbana anteriormente marginalizada e degradada, e também ao gerar a democratização, criando uma grande galeria a céu aberto, aberta a todos os públicos. “A conexão e a troca que acontece na união de muitos artistas diferentes, de estilos diferentes, de regiões do país diferentes, também é algo bastante enriquecedor para nós. Crescemos muito nesse contato. Para mim, como artista, é uma grande alegria, um prazer e uma honra, poder estar no Rio, trazendo minha arte, deixando uma lembrança e um presente meu para essa cidade em troca de toda a intensidade e momentos incríveis que o festival e a própria cidade puderam me proporcionar”, comentou.

 Pati é uma mulher trans-intersexo e sabe do espaço representativo que ocupa na arte urbana. Sendo muito consciente, militante e defensora de seu papel na sociedade, sabe que muitas outras podem se espelhar em seu exemplo. Sobre o conceito de sua pintura, ela faz uma interface no contexto atual que o mundo vem enfrentando. “Nos meus trabalhos de pintura à óleo em tela eu já explorava, numa linguagem hiper realista, o conceito das Vanitas, um tipo de obra de arte simbólica especialmente associada com o gênero de pintura ‘natureza-morta’, surgida nos Países Baixos e Norte Europeu, nos séculos XVI e XVIII. A palavra em latim significa “vacuidade, vaidade, futilidade” e um dos seus símbolos são elementos que remetem à transitoriedade da vida, à morte, à finitude. Entre esses eleme ntos está a caveira. A ideia básica é que encarando sua própria finitude a cada dia, você possa assim valorizar estar viva, valorizar o hoje, o presente, valorizar a vida, valorizar o que realmente importa, lembrar que tudo é passageiro e transitório e assim compreender a efemeridade das nossas vaidades”, situou. “Também foi bastante forte e simbólico para mim, Vanitas dentro de um período histórico tão complexo. Temos uma triste pandemia acontecendo e nesse mesmo ano, essa mesma pandemia levou meu pai, foi bastante simbólico para mim”, reflete a artista ao contar uma experiência pessoal. 

Autora:

Jaqueline Pimentel

 

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