O terraço e a caverna

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Era uma vez uma menina chamada Quinha.

Quinha vivia com os pais, o irmão e o avô numa cobertura na Zona Sul do Rio de Janeiro. A casa de Quinha era grande, luxuosa e colorida. Os pais de Quinha a amavam e não conheciam qualquer dificuldade financeira.

Mas, apesar de tudo, Quinha não era feliz. Com apenas 11 anos de idade, a menina sofria a Síndrome das Pessoas Inexistentes, moléstia semelhante ao autismo, que a fazia viver num mundo sem pessoas. Quinha não enxergava os seres humanos com quem convivia. Seu universo era feito de lugares vazios. Apenas a internet possibilitava alguma comunicação com os outros, que para ela não passavam de personagens numa tela.

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Longe dali, havia Paco.

Preso a uma cadeira de rodas, vivendo com a família numa estação abandonada do metrô (foram expulsos da comunidade onde moravam pelo chefe local do tráfico), Paco vê os dias passarem diante do computador que o pai roubou. Nas redes sociais, seu perfil é cheio de revolta, amargura e insatisfação.

Até aquele dia em que, na rede, uma menina tímida, de nome Quinha, atraiu a sua curiosidade.

*

O TERRAÇO E A CAVERNA é um romance com crianças e poesia. É uma fantasia urbana em que a ação, mais do que fora, ocorre dentro da cabeça da protagonista. No mundo particular por onde transita a pequena Quinha, um gato pode não apenas falar e voar, mas nos levar a lugares repletos de estranheza. Construídos com o mesmo material instável, provocante e ameaçador que encontramos nos sonhos. A imaginação, principalmente a de uma criança, é imprevisível e pode tudo.

Mas o romance é também a história de Paco. Da realidade sólida e de gosto amargo que a fantasia de Quinha procura evitar. Na caverna em que se instalou com a família, Paco externa seus pensamentos, quase sempre hostis, contra um inimigo que ele acha que está em todos os lugares e em todas as pessoas. No entanto, ainda há uma criança dentro das mensagens lançadas como golpes, como armas. Uma criança que a agressividade do mundo não destruiu.

Um encontro entre essas duas crianças, de mundos tão diferentes, seria improvável. Mas isto não é empecilho para o destino.

Autor

Maurício Limeira é carioca, servidor público, formado em História, nasceu em 1969. Desde a adolescência escreve contos, romances, poemas, peças para teatro e roteiros, sendo parte desse material publicado na internet, parte inscrita em concursos literários.

Publicou de forma independente os romances “O Adversário” e “Mal Localizado”, e a monografia “Nas Horas Mortas: A Vida Noturna no Centro do Rio de Janeiro (1920-1929)”. Seu terceiro romance, “O Terraço e a Caverna”, seu conto “O Filho da Bela Mãe” e seu poema “Vencedores” foram premiados em concursos literários no Brasil e no exterior.

Leram O TERRAÇO E A CAVERNA:

Aí você começa a ler um livro e ele te emociona, te surpreende, te toca lá no fundo. Como faz? Pois é, foi assim que eu fiquei depois que terminei a leitura de O TERRAÇO E A CAVERNA (…) Me desmanchei de amores por esse livro”. Aline TKM, blog Livro Lab.

A leitura é viciante. Você não consegue parar de se envolver com os pensamentos, conclusões, reflexões… os personagens são cativantes por nos levar aos seus debates”. Alexandre Sousa, revista Leitura Reversa.

Foi uma leitura gratificante. Gostosa. Em certos momentos eu fui tomado pela emoção. (…) É uma narrativa belíssima”. Renato Neres, site Arca Literária.

A história consegue mostrar todas as credenciais de um grande livro”. Junior Silva, site Leitor Compulsivo.

Uma viagem sem igual raramente vista na literatura nacional”. Luana Ferreira, portal Rota Cult.

Só consegui desgrudar os olhos do livro ao virar a última página e me vi feliz e triste ao mesmo tempo, com o final tão inesperado que li”. Jaíne Belmonte, site Mundo das Resenhas.

Contato: mauricio_limeira@yahoo.com.br

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