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quarta-feira, 24 de julho de 2024

A estética do concreto na arquitetura de interiores: explore as possibilidades do cimento queimado

Marcante no décor industrial, o visual contemporâneo é combinado com elementos aconchegantes que resultam na dualidade de ambientes rústicos e sofisticados

Na constante evolução da arquitetura de interiores, certas tendências transcendem o efêmero e se consolidam como pilares da estética contemporânea. Entre elas está a presença ousada, e, ao mesmo tempo, sofisticada do cimento queimado.

Com uma paleta de possibilidades, arquiteto Pietro Terlizzi, à frente do seu escritório, explica que a estética do décor industrial representa uma busca pelas referências contemporâneas aos projetos residenciais. “Com esse aspecto inacabado, abre-se a oportunidade de contemplar com mais profundidade a beleza de todos os materiais. Um pilar ou uma viga aparente, com os veios e as rugosidades do concreto, se exaltam como elementos únicos e personalizados“, avalia. 

Com ares minimalista e com forte presença da paleta monocromática do cinza, o arquiteto Pietro Terlizzi trabalhou a continuidade visual através da viga estrutural entre a sala de estar e a varanda, que foram integradas. Dessa forma, o profissional introduziu gradientes da cor nas paredes, mobiliários e tapete, entre outros elementos. O equilíbrio se dá através dos contrastes pontuais de cores como o amadeirado do piso e outros itens eleitos por ele | Foto: Guilherme Pucci 

De modo geral, Pietro explica que o cimento queimado é um acabamento caracterizado pela aparência, à primeira vista, imperfeita e texturizada que remete ao concreto exposto após ser polido e tratado. Nos projetos, pode estar presente em ambientes internos de residências, escritórios, lojas e restaurantes, sempre com o intuito de atribuir um apelo moderno e versatilidade. “O bacana é a sintonia que a madeira, como o Freijó e outras variações, entrega uma belíssima dualidade, como o Yin-yang entre o quente e o frio. Sem dúvidas, enriquece muito os projetos”, analisa. 

Vigas e pilares aparentes 

O estilo industrial rústico na cozinha evoca um ambiente distinto e atual. Nessa cozinha aberta, o arquiteto Pietro Terlizzi deixou à mostra a textura áspera e variada do concreto aparente que deu forma às vigas e pilares. Para quebrar essa hegemonia, a marcenaria mais clássica dos armários, com o estilo almofadado das portas e o azul que se estende também ao quadro na parede e tijolinho | Fotos: Guilherme Pucci 

Deixar vigas e pilares em sua aparência original é um dos traços mais frequentes em uma arquitetura com inspiração industrial. Nessas ocasiões, o arquiteto explana que os componentes estruturais entregam a atmosfera crua e autêntica do estilo, criando um vínculo direto com as origens e história da edificação e a sensação de um espaço renovado. “Nesses casos, não abrimos mão de realizar uma raspagem para trazer a forma natural desejada“, orienta.

Em mais uma proposta de cozinha integrada com a área social, o arquiteto Pietro Terlizzi transformou o concreto dos pilares e vigas como parte do projeto de interiores. A ambientação foi complementada pelas tubulações aparentes de elétrica, a madeira ripada do forro que esconde a infraestrutura do ar-condicionado, e a bancada de refeições da copa | Fotos: Guilherme Pucci 

Em projetos com viés contemporâneo, vigas e pilares podem (e devem) ser contemplados como elementos de destaque estético, adicionando um ponto focal interessante que se destaca entre todos os elementos. Segundo Pietro, a decisão acompanha o estilo desejado dentro das características do layout original e as preferências alinhadas entre o profissional de arquitetura e o morador. 

O contraste com a madeira e a iluminação 

Em mais essa área social integrada, o arquiteto Pietro Terlizzi explorou a iluminação no teto em cimento queimado, como também no LED que acompanha todos os nichos do móvel onde está fixada a TV | Fotos: Guilherme Pucci 

A iluminação desempenha um papel fundamental quando a ideia é ressaltar os aspectos do cimento queimado. “Ao combinar cuidadosamente diferentes técnicas do projeto luminotécnicos, conseguimos acentuar textura e a aparência, enquanto mantemos um equilíbrio interessante no espaço”, explica Pietro. Nessa conciliação, ele ainda sugere a utilização de cores neutras e claras para o restante do espaço, pois esse cuidado ajuda no intuito de ampliar e balancear a decoração. 

Porcelanato com ares de piso cimentício 

Nesse cenário, união entre a resistência do porcelanato e os diversos acabamentos realizados pela indústria cerâmica são, sem dúvida, uma inovação que não apenas encanta os olhos, como facilita o processo da obra e resiste ao tempo. “Nos pisos, o cimento queimado é uma proposta interessante para a questão de amplitude, poisa aparência limpa e uniforme do material traz um visual expandido”, ressalta o arquiteto. 

Nesta cozinha o arquiteto Pietro Terlizzi especificou o porcelanato com aparência de cimento queimado. Entre as vantagens, o material é resistente à umidade e ao desbotamento, é longevo e oferece uma boa condutividade térmica | Foto: Guilherme Pucci
Nesse lavabo executado pelo arquiteto Pietro Terlizzi, o cimento queimado agregou uma condição de neutralidade ao projeto | Foto: Guilherme Pucci 

A aplicação de produtos para conferir o aspecto de cimento queimado em vigas e pilares requer atenção e cuidados especiais para garantir a aparência desejada, durabilidade e a integridade dos elementos. O arquiteto destaca 3 pontos importantes: 

  1. Preparação da superfície: vigas e pilares devem ser adequadamente preparados antes da aplicação do produto, pois qualquer sujeira, poeira, graxa ou resíduos anteriores podem prejudicar a aderência; 
  2. Limpeza e secagem: certifique-se de que a superfície esteja completamente limpa seca, uma vez que a umidade residual compromete a durabilidade do produto; 
  3.  Escolha dos produtos: produtos de qualidade e adequados para o tipo de superfície em que serão aplicados. Também é importante verificar as instruções do fabricante para garantir a compatibilidades com cimento queimado. 

Por último, e menos importante, recomenda-se a aplicação de um selante ou verniz de proteção para finalizar. “É uma ajuda extra para preservar a aparência e quaisquer problemas com manchas, abrasões e desgastes“, aconselha Pietro. Cabe ressaltar que é aconselhável contar com a mão de obra de profissionais especializados. 

Sobre Pietro Terlizzi   

Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo, Pietro Terlizzi atua na área de arquitetura desde 1999, tendo passado por diferentes escritórios nos mais diversos segmentos (desde paisagismo até engenharia estrutural), absorvendo experiências e amadurecendo até abrir o seu próprio escritório, o Pietro Terlizzi Arquitetura. Com trabalhos nas áreas residências, comerciais e corporativas, o escritório se compromete com todos os detalhes do projeto, desde a criação do conceito até a escolha dos objetos e móveis. Para Pietro, a preocupação com a atividade e o impacto que o espaço projetado poderá causar, tais como a relação entre as escalas, a luz, a temperatura, as texturas e as cores, bem como a diversidade de percepção e experiência que cada um terá dentro dele, são os fatores que impulsionam cada nova criação.  

contato@pietroterlizzi.com.br  

@pietro_terlizzi_arquitetura  

www.facebook.com/pietroterlizziarquitetura  

Contato: 11 9 7602-2505  

Endereço: Rua Mourato Coelho, 798 – conjunto 51 – Pinheiros, São Paulo (SP).  

  Autor:

Alex Sander

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