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sexta-feira, 26 de julho de 2024

Saara Marroquino: Reconhecimento israelense e apoio internacional

Israel, Estado implantado na terra palestina, 1948, exercendo uma política colonial, denunciada pela comunidade internacional.

Marrocos apoia a comunidade internacional e a independência de dois estados Palestino e Israelense, vivendo lado a lado em paz, estabilidade e segurânca.

Nos últimos meses, muitas figuras políticas israelenses visitaram o Marrocos, anunciando interesses de cooperação bilateral em diversas áreas: militar, judicial, turismo, académico etc.

Resultado, intensificação de muitos contatos e ação diplomática rumo ao reconhecimento da marroquineidade do saara.

Essas relações diplomáticas entre Israel e Marrocos conheceram, altas e baixas em razão da política israelense na colonização das terras palestinas, sob violências e opressões ofensivas desqualificadas e desiguais.

O Estado de Israel mantém relacões com Marrocos, desde a criação do estado judeu, 1948, tais relações são consideradas secretas, sem transcender ao nivel do reconhecimento oficialmente do Estado de Israel devido a sua politica colonial e desrespeito as resoluções da ONU.

Ao longo dessas relações, os últimos contatos de alto nível coroaram com a mensagem do presidente do Estado israelense, dirigida ao gabinete real do Marrocos, uma vitória diplomática, a título do reconhecimento da marroquineidade do Saara, em apoio a posição marroquina,  ao consenso internacional e aos esforços engajados, com vista uma solução justa, duradoura e definitiva, do conflito forjado pelo regime militar argelino, 1975.

As repercussões do novo reconhecimento do saara marroquino, por parte do Estado hibreu, só pode acentuar ainda mais o isolamento da Argélia, regionalmente e internacionalmente, devido a sua posição ilegal e discriminatoria a integridade territorial do Marrocos.

No meio desses amálgamas de contatos e consultas produtivas veio o reconhecimento israelense do Saara marroquino, denunciando o separatismo, facções da polisario, suas manobras e ideologias comunistas, suportadas por Argélia e Irã, sob contradições e críticas a posição favorável da América e ocidente, exercendo pressão diretamente ou indiretamente sobre a França, constrangida politicamente e diplomaticamente, na pessoa do Presidente francês, Emmanuel Macron, no dossiê da integridade territorial e relações históricas entre os dois países.

Consenso internacional, sem a França

Assiste-se desde 2007, quando o Marrocos apresentou o plano de autonomia para o Saara, a título de solução ao diferendo regional. Até lá, a França, desde muitos anos, considera-se como única apoiadora internacional do Marrocos no Conselho de Segurança, a questão da integridade territorial.

Por trás dessa propaganda separatista e hostil a integridade territorial do Marrocos, a França pretende colher grandes ganhos econômicos e geoestratégicos, das lutas em níveis distorcidos, maquinações e agendas separatistas argelinas, mantidas graças às receitas do petróleo e gás.

O insulto e a falta de talento diplomático por parte do ex-embaixador francês, Gerard Araud, junto às Nações Unidas, ao acusar o Marrocos de “chantagem”,  mudando assim o tom em direção a França, multiplicando cooperação com os Estados Unidos da América, reconhecendo plenamente a marroquinaidade do Saara, enquanto a França ficou estagnada, apesar de ter durante muitos anos, atrás de uma defesa consistente a Marrocos, no Conselho de Segurança.

A França e à questão do Saara marroquino, utilizando-a como uma carta, manobras diplomáticas, visando a intensificar a sua presença no cenário político e econômico magrebino, sobretudo no conflito regional entre Marrocos e Argélia.

Razão pela qual a França mantém-se na “zona cinzenta”;  jogando o jogo, como gato e rato,  sem declarar abertamente a marroquinidade do Saara, mas ao mesmo tempo assume posição, diferentemente dos Estados Unidos da América, Israel e  outros países árabes, apoiando abertamente o Marrocos, face á tese da secessão separatista, frente da polisario, financiada e suportada  por Argélia.

Concluindo sobre o tal reconhecimento americano da marroquinidade do Saara, desvendando a “hipocrisia francesa”, ao contrário da posição favorável alemã, espanhol, Portugués, austríaca, suíça e outros países, resultado do novo reconhecimento israelense, contra qualquer ambiguidade sobre o Saara marroquino, a pressão, e o embaraço do presidente francês Emmanuel Macron quanto ao reconhecimento do Saara marroquino.

Como?

No quadro das sucessões  reconhecimentos internacionais da marroquinidade do Saara, a França perdeu o seu lugar, não puder mais alegar ser o monopolizador do papel de “único patrocinador internacional” em relação a questão nacional do Marrocos, das épocas dos ex-presidentes, Mitterrand, Sarkozy, entre outros, destacando assim o rol claro e visível no consenso internacional sobre a marroquinidade do Saara, sem deixar de cumprir com papel francés e rol diplomático.

Ação e prática

O Marrocos, graças à visão real, conseguiu penetrar nos maiores redutos tradicionais dos suportadores da secessão, bem como dos tempos anteriores, tanto da América Latina como da África. Acarretando assim sucessivas vitórias, da mobilização em prol do reconhecimento dos países mais influentes do mundo, da primeira questão nacional, sem nenhuma intervenção ou intermediação francesa.

Fortalecimento da aliança marroquina

Não há dúvida de que a França de Macron vai olhar com olho de desconfiança, devido à crescente força da aliança marroquina, em prol da periferia do sul das margens do Mediterrâneo e profundidades do Marrocos na África.

Tal novo reconhecimento israelense vai abrir assim as portas aos investidores internacionais, desenvolvendo o rol das infra estruturas socioeconômicas, atraindo capitais a Marrocos, e enriquecendo as províncias do sul do Reino. Levando o reconhecimento que reforça ainda mais a posição de Marrocos na questão do Saara,   mobilizando o reconhecimento dos países da América latina, Brasil, México, Mercosul,  a título de mais de 15 países europeus que aderem a proposta de autonomia que Marrocos apresentou para ONU em 2007.

Lembrando que a França foi colonizador do Marrocos até 1956, um dos aliados estratégicos, cuja posição tem sido  mantida numa zona de “sombra” ou “hesitação”, diante da posição de outro aliados europeus favoráveis, como Alemanha, Espanha, Suíça, Holanda, Áustria, Portugal, entre outros, apoiadores da proposta de autonomia para Saara marroquino sob a soberania nacional.

Assim, a França não pode mais continuar na obscuridade, dada  aumento da abertura de consulados e representações estrangeiras no Saara marroquino, somando hoje a mais de 28 consulados e representações diplomáticas, incluindo organizações internacionais e câmaras comerciais; aquela França indecisa e sombria, opondo a sua política internacional, deve assumir doravante a lógica da história e a questão legítima do povo marroquino.

Finalmente, a posição da França e do presidente Macron tende, como país estratégico, a aderir a linha da audácia política e clareza diplomática, em termos do reconhecimento explícito da marroquinidade do Saara, caso de Israel, atendendo ao acordo  da legitimidade internacional e lógica histórica. Cujo presidente Macron continua flertando para com a Argélia às custas da primeira questão dos marroquinos. Sem a “cacofonia”, manobras sem lógica de existir, perante o consenso internacional, a lógica e legitimidade da questão do Saara marroquino.

Autor:

Lahcen EL MOUTAQI

Professor investigador, Rabat, Marrocos

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