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sexta-feira, 26 de julho de 2024

Marrocos-Estados Unidos sob a temática das Manobras militares

O Reino de Marrocos voltou nesta primeira semana do mês de junho, 2023, a organizar a nona  edição 2023, Leão da África,  manobras militares, após o sucesso do ano passado; envolvendo táticas militares, formação,  treinamento, manipulação de uso de armas de guerra, cujas manobram, primeiro do tipo, vieram num contexto de ameaças terroristas contra a paz e estabilidade na região do Sahel-Saara.

Esta manobras militares contaram com a participação de vários países africanos, do oriente médio e sul americanos sob a liderança dos Estados Unidos.

Partindo do princípio e compromisso de Marrocos para com o seu redor, a título do ator e defensor estratégico da consecução da paz e segurança internacional, e sobretudo no continente africano, posicionando-se contra as ameaças e riscos terroristas, num contexto regional difícil, guerra no sudão, e ameaças terroristas e etnias fracticidias desestabilizadoras desta região do Sahel e saara.

Tal compromisso se traduz atualmente nas manobras do “Leão Africano”, prosseguindo na sua décima nona edição, 2023, desta vez os exercícios militares envolvem sete regiões distintas de Marrocos, no quadro da parceria militar entre Rabat e um conjunto de grandes potências militares, lideradas pelos Estados Unidos Unidos da América.

O Vice-Comandante-em-Chefe da Força-Tarefa Sul-Europeia e Africana, Major-General Brian Krechman, apontou na margem de uma entrevista para a televisão 2M de Marrocos, o compromisso de Marrocos continuar a manter a paz e respeito da integridade territorial das nações, graças a força treinada, equipada, capacitada com segurança, capaz de intervir nos conflitos da ONU em prol da paz e segurança, bem como na consolidação da estabilidade e prosperidade na região e no mundo.

Por outro lado, a ampliação do círculo de países participantes das manobras deste ano, em termos da programação de novos exercícios táticos terrestres, aéreos e marítimos, a exemplo dos exercícios de enfrentamento de armas de destruição em massa e ataques radiológicos, ou ainda manobras de combater ou de ataque de drones aos armazéns químicos, tudo isso indica que Rabat se tornou uma referência securitária e militar, de confiança por partes das grandes potências mundiais, considerando-o como ator chave na equação securitária e militar a nível regional e internacional.

Contexto instável

Referendo aos contextos regional e internacional em que estas manobras se inserem, dados treinamentos e exercícios militares de manipulações e testes em face ao clima de instabilidade na África ou no mundo a nível das guerras diretas ou de focos de tensão regionais e continentais, caso da Líbia, do Sudão e sul da Argélia; tais conflitos traduzem a necessidades de unificar as forças regionais, harmonizá-las nas fileiras de cooperação para com essas manobras estratégicas.

O Marrocos, através destas manobras e ao lado dos Estados Unidos da América, conseguiu através destas manobras e ao lado dos Estados Unidos da América, criar uma nova aliança militar ao lado do resto das alianças tradicionais, conhecidas anteriormente, sobretudo depois que tem ficado claro para todos que a guerra na Ucrânia mudou a tendência dando sentido a volta as alianças Leste-Oeste.

Assim, Rabat tornou- se uma marca militar e justificada em termos de paz e segurança internacional. Base de uma longa história no combate às ameaças à segurança, tanto em relação aquelas ligadas ao tráfico de pessoas, de terrorismo, de movimentos separatistas ou de financiamentos ilegais por parte de alguns países contra a soberania nacional e integridade territorial. Tornando-o confiável a este tipo de aliança, face a qualquer risco ou ameaça iminente.

Lembrando que os países que sustentam a instabilidade na região são aqueles que hoje sofrem das consequências dessas ameaças da segurança, caso da Argélia, Líbia de Kadafi, e hoje Sudão, além de outros países de fronteiras com o Mali, objeto das organizações terroristas e movimentos separatistas, Azawad, Polisario, entre outros, numa altura em que a coligação marroquino-americana, juntamente com vários países, procurando fórmulas da segurança e estabilidade em todo o continente africano.

Conquistas marroquinas

Marrocos conseguiu tirar dois ganhos importantes ao abraçar essas manobras, coincidindo com a décima nona vez consecutiva.

A primeira é política, representada principalmente na grande confiança que os Estados Unidos da América depositam em Rabat, saudando à sua força a nível regional, concorrente no sentido da estabilidade regional, dos equipamentos tecnológicos e humanos, envolvendo formações de vários oficiais militares americanos e de outros países participantes.

A segunda conquista é que estas manobras anuais permitiram ao exército marroquino  familiarizar-se com as mais recentes armas e tecnologias militares adotadas nos campos de batalha, bem como a prática real no enfrentamento de múltiplas ameaças terroristas e nucleares.

Tal participação dos exércitos de vários países nas manobras do “Leão Africano”, inclusive da América do sul, constituindo uma forma de cooperação, troca de conhecimentos e experiências militares e de segurança entre estes países, fortalecendo em consequência a competência militar do Marrocos, tornando-o como uma potência regional experimentada nesse campo.

Autor:

Lahcen EL MOUTAQI

Professor e pesquisador- Rabat- Marrocos

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