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sexta-feira, 19 de julho de 2024

As barragens de rejeitos e quais as alternativas mais seguras: Que 2023 seja um ano de planejamento e ação

Aconselhamento profissional, além da responsabilidade social tem um valor social importante

Vinícius Oliveira, Engenheiro Florestal e diretor da Henvix Ambiental
Que o cuidado com vidas humanas, fauna e flora agregam à reputação de empresas, é claro. Porém é preciso criar uma conscientização mais estruturada com a cooperação e troca de informações entre empresários e comunidades sobre a importância de planejar e unir forças em torno de melhores soluções para produção e desenvolvimento de modo seguro e sustentável. Atualmente, após o rompimento de barragens de Mariana e Brumadinho, o assunto passou a receber mais atenção de toda a sociedade. Infelizmente, diante de um cenário triste. Por isso é importante orientar sobre as alternativas capazes de mitigar danos e evitar a repetição de situações dolorosas. 

As barragens de rejeitos são estruturas de terra construídas para a guarda de resíduos do beneficiamento úmido, geralmente utilizadas na extração de minério. O rejeito precisa ser armazenado e descartado adequadamente para evitar danos ambientais. Isso requer a análise, o projeto e o monitoramento de profissionais de meio ambiente e infraestrutura. O rejeito é úmido e parece uma lama, mas não é como a lama natural do solo. Possui elementos químicos. Existem sim vantagens como o fato da facilidade de construção, o que traz celeridade ao projeto, mas gera baixa economia e possui o risco de escorregamentos. É muito importante que o rejeito não fique acumulado, saturado saturado, não comprometa a estabilidade de todo entorno da barragem. Mais que isso, e já está claro, é um modelo que pode ser substituído e se não for possível, deve ser avaliado e monitorado permanentemente por profissionais. Tudo com informações claras diante das comunidades, sinalização e cautela.

As barragens podem ter risco alto, médio e baixo de rompimentos e vazamentos. Mas o recomendado para as barragens de rejeitos é que todas sejam amplamente e permanentemente avaliadas.

Recentemente duas barragens se romperam no Sudeste do Brasil, no Espírito Santo. No mesmo período, ainda quatro anos após o rompimento da barragem de Brumadinho, o corpo uma vítima foi encontrado, estas são notícias que doem e fazem lembrar a necessidade de planejamento e manutenção, cautela,  especialmente com vidas. Ser uma instituição sustentável, próspera e de sucesso não é o contrário de investir em segurança, mas sim, está ligado a isso. Cuidar é preservar as pessoas, a natureza e o futuro.

Além das barragens de rejeito, existem as de terra, que são construídas em um sentido geralmente na diagonal ao fluxo de um curso d’água, tornando possível a formação de um reservatório artificial. O que pode acumular água ou elevar o nível do curso do líquido. Podemos citar ainda as barragens de entrocamento que estruturam terra e pedras usadas para sustentação. Com armazenamento permanente de água, estas devem possuir um grau alto de medição de vazamentos e medições bastante precisas. Sendo bastante seguras. Já as barragens de concreto estrutural com contrafortes são estruturadas por uma laje impermeável, apoiada em reforços de muros verticais, exercendo compressão na fundação, com elevada rigidez. Ou seja, as opções são diversas e tecnicamente devem ser avaliados por profissionais especializados. Que orientem e possam medir sua segurança.

O importante é avaliar, a necessidade de cada barragem, sua usabilidade e a segurança para a população no entorno, com a possibilidade de medição de riscos. Num momento onde se fala tanto em meio ambiente e medidas de ação e prevenção, devemos começar a olhar cada um para dentro de nossas nações, em especial com destaque sobre o que já pode ser feito, como o alerta, o cuidado e a orientação dos setores produtivos, a exemplo dos que fazem uso de barragens. A COP-27, mês passado, seja uma chance de ampliarmos a fala sobre assuntos urgentes que exigem preparo técnico e investimentos possíveis, e necessários para uma produção limpa e segura.

Cuidar é preservar as pessoas, a natureza e o futuro.

Autora:

Jaqueline Pimentel

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