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segunda-feira, 22 de julho de 2024

A tropa é espelho do chefe

Eita ferro, fogo e bigorna … quantas vezes ouvi esta frase na caserna, o que não esperava era uma aderência tão perfeita ao dignatário máximo da nação e sua cúpula. Vamos focar nas três últimas cabeças do Governo Federal que acabaram de rolar: Pedro Guimarães, Milton Ribeiro e José Mauro Coelho; respectivamente, Caixa Econômica Federal, Ministério da Educação e Petrobras.

Em especial os dois primeiros, que viviam ali … grudados nas partes baixas, para o Presidente da República o alívio do incômodo escrotal não deve ter superado o prazer da bajulação lasciva. Na real, sem baixaria; por favor, me responda: para uma pessoa que diz “ter tido filha mulher por fraquejada” ou que se utiliza como critério “ser terrivelmente evangélico” para indicar nome para STF, os fatos ocorridos na CEF e MEC sãocoisas normais? Sim, é claro, a misoginia e o favorecimento religioso são traços marcantes do perfil moral do atual governante.

Causou flagelo (dor física mesmo) no presidente, algo parelho a uma queimadura grave na cara ou a perda de um dedo (por semelhança, pode ser o mindinho), ter de abdicar de paus-mandados tão fiéis as suas cartilhas, incondicionalmente, dizendo-lhe amém!

Diante do leite derramado, qual é a solução? Bem, a estratégia de negacionismo raiz já tá muito cafona e batida demais; o negócio agora é desqualificar os “pseudo” vitimados(as) pelos “puxa-sacos” palacianos. É cada “desculpa” que a gente custa a acreditar: (i) o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira estavam em aventura (local não recomendável); (ii) nas redes sociais (que desserviço), alegam ser incoerente a acusação de assédio sexual e moral, pois as mulheres eram “feias”, ligadas à CUT ou “crescidinhas” o suficiente para se protegerem; e (iii) os prefeitos “bisonhos” – que se dobraram aos charlatões operadores oficiais do MEC – é que infringiram a lei. Se houver (e há de sobra) algo que possa feder lá dentro do Palácio, “com certeza” foi por inocência ou na melhor das intenções; portanto, decreta-se sigilo de 100 anos. Não é brincadeira!

Vamos entender de uma vez por todas, seja direita ou esquerda, os fins justificam os meios. O Centrão largou de luz nesta leitura e interpretação.

Só pra não deixar a Petrobras a ver navios, tá difícil fazer emplacar um “Imediato” que siga cegamente as ordens do “Comandante”. Ainda bem que a Petrobras não é a casa-da-mãe-Joana, nem tem como fazer valer as emendas do relator para a diretoria “desalinhar as velas” e navegar a esmo. A galerinha enche a boca para falar em complaince, mas quando se depara com uma empresa que leva a sério essa estória de governança … estranha e esperneia de mentirinha. Coisas muito regradas não cabem no nosso país; aliás, só cabe no bolso do acionista majoritário da estatal.

Para não me tacharem de pessimista (tachem-me do jeito que quiserem), só consegui ser um realista esperançoso, observando os trabalhos dos ministros(as) Tarcísio de Freitas e da Tereza Cristina.

Enfim, estou inclinado a mudar radicalmente minha perspectiva sobre a frase caput, aliviando de toda a culpa e responsabilidade o nosso exemplar Comandante Supremo das Forças Armadas: “toda nação tem o governo que merece”.

Autor:

Mario Câmara

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