Corria o ano de 2019 quando, em um café da manhã com jornalistas estrangeiros, questionado pelo jornalista inglês Don Philips sobre as ações efetivas do Governo Federal contra o desmatamento ilegal na Amazônia (a maior floresta tropical do mundo), o Chefe do Executivo respondeu: “Primeiro você tem que entender que a Amazônia é do Brasil, não é de vocês”, disse. “Nós preservamos mais do que todo mundo. Nenhum país do mundo tem moral para falar sobre a Amazônia”, completou[i]. O Presidente eleito por vias constitucionais regulares, devidamente empossado, deu essa resposta inicial a um questionamento que nada tinha a ver com a questão de soberania nacional.
O Chefe do Executivo, Comandante Máximo das Forças Armadas, detentor do direito de veto a legislação a ele trazida pelo Legislativo, responsável pela elaboração e controle do Orçamento da União, indivíduo que precisa estar acima de si próprio demonstrando sempre equilíbrio e senso em suas palavras e ações, afirmou taxativamente que a Amazônia é do Brasil! Se não existia dúvidas sobre tal fato, despicienda a afirmativa em tom grosseiro e pouco adequado ao momento por aquele que deve sempre pautar suas ações e palavras pelo enaltecimento da sobriedade. E não bastasse isso, dois anos depois, o Senhor Presidente rememorou o fato em uma rede social como prova da cobiça pela Amazônia.
[i]https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2022/06/14/interna_politica,1373448/bolsonaro-ja-havia-dito-para-phillips-que-a-amazonia-nao-era-deles.shtml
Autor:
Antonio J. Trovão
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