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sábado, 27 de julho de 2024

O negro

      SER NEGRO – Sim, eu já vou dizendo, amo, apaixonadamente o nosso CARNAVAL.

      E também sim, eu gravei, na realidade baixei alguns desfiles deste ano para assistir em casa e no trampo.

      O que me chamou a atenção foi o fato de ter tantos enredos lindissimos em exaltação ao negro.

      Temos sim que reverenciar e nos homenagear, sempre, mais um outro fato me despertou diante a um comentário de um dos participantes sobre o negro de ontem e o de hoje.

      Ai sim eu ouvi a bárbarie de um dos comentaristas da rede carioca destacando que os negros de hoje vivem uma vida de paz, sem conflitos.

      Céus, mais uma vez eu pergunto, questiono e agradeço se alguém em sã juizo me explique isso.

      Sim, houve melhoras mais daí a dizer sobre a erradicação do preconceito, rascismo e das diferenças em relação a ser negro, Jesus, acho que este povo nunca sai da bolha de luxo e hipocrisia que eles montaram para si.

      Diante aquilo que vi e ouvi somente deixo meu triste pesar, por que sim, ainda somos humilhados, excluídos e violentados por este sistema que continua e perdura os mesmos das grandes senzalas.

      Ainda recebemos os piores salários, somos degradados, obrigados a servir e se calar sempre que despertamos opiniões.

      Somos aqueles que cuidam para que a elite podre se saia limpa, saudável e feliz.

      Felicidade, taí algo que desconheço por que sempre tive de correr e batalhar pelo pão.

      Pão cada vez mais caro e escasso na mesa do pobre, do negro.

      Ver o samba nos exaltar em contos, religiões, sabores, vivências, nos torna perseverantes diante a forte sociedade que insiste em bater e jogar os ossos nas janelas do esquecimento.

      Triste é ver muitos dos nossos se debandar e criar ilusões de um país livre e sem acometimentos aos que firmaram os alicerces que até hoje são firmes no nosso sangue.

      Qualificação profissional, igualidade salarial, respeito no trabalho e condições salubres de moradias.

      Isso é o que o meu país precisa, é o que o negro aqui quer e batalha.

      Não sou brinquedo, fantoche para espetáculo marcado a uma platéia que sorri diante aos corpos desgraçados.

     Melhorou, sim, mais ainda temos um largo caminho para trilhar e ensinar que respeito não é tapinha nas costas e piscar de olhos, sim é trazer e criar condições de viver e conviver na harmonia que eles pregam.

     Ainda vamos chegar lá, eu creio, mas não vou me calar e me vender por meros flash´s e depoimentos de falsários midíaticos.

     O negro ainda sofre e é esquecido nos porões de um BRASIL que insiste em se enganar quando grita sob luz da obscuridade.

     NÃO SOMOS RASCISTAS.

                    230422………………….

Autor:

Paulo Ricardo Azambuja Fogaça

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