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terça-feira, 18 de junho de 2024

O começo de tudo

Por muito tempo, por mais que não houvesse o tempo antes de tudo começar, não havia nada, a concepção de lugar, matéria e diversas sensações não se aplicava ao vazio extremo e, até então, por mim, tido como infinito. Até os conceitos do que eu era e do que eu sou eram confusos e inexplicáveis, talvez até desimportantes . Mas, depois da grande explosão, a mesma referida na teoria do Big Bang, me provei, com soberba graça, que estava errada. O nada não era eterno e a vastidão agora predominava. Nos primeiros segundos — ou milissegundos, pois não ainda era referido ao tempo assim, com palavras ou denominações, já que as mesmas também não eram existentes — houve um mar do plasma de partículas elementares e gravidade, as quais só seriam nomeadas mais de 13 bilhões de anos depois, e tudo era muito quente, novo e mais lento do que é hoje, eu não teria aguentado com a carne que possuo hoje. Depois de algumas dezenas de milésimos de anos, veio a matéria e sua gloriosa era, circunstâncias deixaram de modo milagrosamente propício para a formação do Sistema Solar, quando a familiaridade nos encontra na encruzilhada da história, não a qual é lida em livros escolares, mas a intrínseca nova ideia de história, onde a chama do que conheceremos se encontrará em daqui a épocas.

Agora, após mais de 4 bilhões de anos do surgimento da Terra e da Lua, nascemos. Eu, por muito tempo, somente observei, não sou onisciente, por isso a observação era mais que importante para a minha compreensão do que se sucedia no momento. Era fascinante a criatividade dos primeiros de nós, como criaram com maestria o que logo se tornaria básico. Foi com o fogo, uma vez que já havia me apossado de carne, que tentei encostar uma vez, e, como esperado, me queimei, foi único. Foi aí que percebi que, mesmo que já o conhecendo, não sabia, por experiência, de suas capacidades com o corpo orgânico, e que era realmente merecedor de fascínio. Após a longa ascendência dos conhecimentos, foi em terreno grego que vi um marcante caso de desperdício de humanidade e sua capacidade ao destruírem os restos da grande Biblioteca de Alexandria e seus filósofos, foi o meu exemplo pois eu a frequentava, era linda. Depois disso, as mudanças persistiram e me assustaram, vieram denominações e Idades Medievais, Iluministas e Industriais, vi muitas coisas que me fizeram temer, mas havia estar presente, tinha que estar, se me contassem, não teria acreditado. Com muita espera, cheguei ao século XX, foi quando me envolvi com a ciência que, depois dos iluministas, foi se desenvolvendo mais e mais rapidamente e doía não poder contribuir com o que eu sabia, mas escrevi muitas coisas e criei outras, e esse escrito é uma delas. Houveram muitas guerras antes dessas que vi no século citado, mas essas haviam sido diferentes, usaram iguarias das quais nunca havia visto a não ser no papel, eram as novidades. Quando o XXI bateu na porta, as pessoas procuravam mudanças, e elas estão acontecendo. Eu conheci todas as Terras até agora, todas as suas versões. Todas, por mais que complicadas, valeram a pena, havia beleza, fascínio, vontade, ideias e uma parcela de irmandade que permanecia na parte de dentro das almas dos iguais, com medo de sair. Peço que aproveitem e tragam para si mesmos e para vossa sociedade que façam histórias que me dêem orgulho ao passar para a próxima geração que contarei. Boa noite, até outro dia.

Autora:

Layla Azoubel

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