Não é novidade que o mercado automotivo está passando por uma transformação significativa impulsionada pela inovação tecnológica. Isso porque a indústria está se adaptando a diferentes fatores como mudanças dos hábitos dos consumidores, às regulamentações governamentais mais rigorosas e à alta demanda por soluções de mobilidade sustentável, e consequentemente isso traz alguns pontos de atenção às marcas envolvidas.
Dessa forma, os principais desafios enfrentados pela área atualmente são a transição para veículos elétricos, o desenvolvimento de carros autônomos confiáveis e seguros, e a garantia da segurança cibernética dos veículos conectados. Além disso, as montadoras se deparam com problemas relacionados à cadeia de suprimentos e concorrência acirrada – um exemplo disso foi a desativação das fábricas da Ford no Brasil. Mais recentemente, mesmo com o incentivo do Governo Federal para aumento de vendas de carros “populares”, vimos as paralisações nas linhas de montagem da Volkswagen, GM, Stellantis, Mercedes-Benz e Hyundai.
Esses acontecimentos resultam em uma movimentação do setor em busca de um cenário de inovação mais dinâmico, pois só assim as companhias podem encontrar soluções para esses desafios, criar novos produtos e serviços e garantir sua relevância no mercado em constante evolução. Além disso, essa competição entre as montadoras e novas empresas automotivas e tecnológicas faz com que elas precisem investir mais em pesquisa e desenvolvimento para criar veículos mais eficientes, seguros e conectados, e na colaboração com agentes de tecnologia para impulsionar a transformação e acelerar o desenvolvimento de serviços e ferramentas avançadas.
Alguns exemplos de organizações que estão inovando de verdade são a Tesla, com seus veículos elétricos avançados e tecnologia de direção autônoma; Waymo, uma subsidiária da Alphabet (dona do Google) que está desenvolvendo carros autônomos; Uber e Lyft, empresas de transporte compartilhado que estão moldando o futuro da mobilidade urbana; e Rivian, uma startup de veículos elétricos que está ganhando destaque com suas picapes e SUVs elétricos de alto desempenho. Esses negócios estão introduzindo novos conceitos no mercado automotivo, impulsionando o ecossistema e inspirando outras companhias a seguirem o mesmo caminho.
Além disso, as autotechs também estão desempenhando um papel significativo no segmento, pois estão trazendo inovações disruptivas, como soluções de compartilhamento de carros, plataformas de reserva e pagamento online, aplicativos de mobilidade e serviços de assinatura de veículos, o que impulsiona a digitalização e a conveniência no setor, oferecendo novas opções aos consumidores.
É nítido que a posição do Brasil em inovação nesse ramo é um tanto desafiadora, pois embora o país tenha uma indústria automotiva significativa, com montadoras estabelecidas e uma cadeia de suprimentos robusta, há uma necessidade de maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento e na promoção de parcerias entre empresas, universidades e governo, além de incentivos fiscais e regulatórios. Só assim o setor poderá superar as dificuldades e alcançar outros patamares, posicionando novamente a indústria nacional como uma das mais importantes globalmente.
Autor:
Telmo Teramoto é Startup Hunter e Especialista em Mobilidade da Liga Ventures, maior rede de inovação da América Latina com o propósito de gerar resultados e impacto, conectando as melhores startups às empresas e a todo ecossistema empreendedor
