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quarta-feira, 24 de julho de 2024

A inclusão escolar e suas propostas

Tendo em vista que até os dias atuais o termo Inclusão ainda causa incômodos em algumas pessoas, principalmente em alguns profissionais da educação. Diversos autores e estudiosos como Carvalho (2008), Glat e Blanco (2007), Silva (2010), Minetto (2008), Mantoan (2011) colaboram com as suas ideias para melhorar as concepções a respeito do processo da inclusão social, que ao longo de muito tempo, vem complementando através dos seus estudos contribuindo para uma compreensão mais significativa sobre o conceito de inclusão. Segundo a autora Maria Teresa Eglér Mantoan:

Lutamos para vencer a exclusão, a competição, o egocentrismo e o individualismo, em busca de uma nova fase de humanização social. Precisamos superar os males de contemporaneidade, ultrapassando barreiras físicas, psicológicas, espaciais, temporais, culturais e, acima de tudo, garantindo o acesso irrestrito de todos aos bens e às riquezas de toda sorte, entre as quais o conhecimento (MANTOAN, 2011, p. 60).

Como se destaca Carvalho (2008, p. 148) “inclusão é possível, necessária e desejável. Para que tudo dê certo, sem criações de núcleos de reclusão, ou exclusão na inclusão, faz-se necessário que todas as barreiras sejam removidas. Para isso precisamos conhecê-las”. O investimento na educação inclusiva é importante, pois é investir na quebra de barreiras que impedem as pessoas de se respeitarem, de se sentirem capazes, pois a possibilidade da convivência com as diversidades há muito a nos ensinar para a vida em sociedade.

Então todos precisam entender qual o tipo de inclusão se quer. Todos os indivíduos envolvidos estão capacitados? Estão dispostos a se capacitarem? Querem realmente participar desse processo? De acordo com Glat e Blanco (2007, p. 38):

A inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais demanda uma mudança radical na gestão do sistema educacional de modo amplo, e de cada escola especificadamente, priorizando ações em todos os níveis de ensino, desde a Educação Infantil aos programas para formação de professores. Faz-se prioritária, também, a adequação arquitetônica dos prédios escolares para acessibilidade e a organização de recursos técnicos e de serviços que promovam a acessibilidade pedagógica e nas comunicações.

O respeito à diversidade humana não acontece somente pela sua presença no ambiente escolar, mas também acontece mediante as mudanças de posturas na forma de agir em nosso cotidiano através de olhares e acreditar na capacidade de cada um, independentemente de suas limitações. De acordo com Minetto (2008, p. 48):

Acreditar que somente o professor está despreparado seria muito simplista. Muitas escolas necessitam urgentemente rever suas concepções filosóficas, procedimentos de ensino e organização com a participação de todos. A implantação dessa nova concepção de educação requer a existência de profissionais bem formados que entendam a diversidade das necessidades educativas a partir de sua própria diversidade.

Infelizmente, a busca por uma educação eficiente e de qualidade na contemporaneidade acontece de forma lenta e gradativa. Garantir os direitos de todos à educação não é suficiente, é preciso ainda uma real efetivação desse processo de inclusão como um todo, pois compreendê-la na sua totalidade faz com que a escola em seu ambiente não ofereça somente a integração do aluno e sim uma aprendizagem integradora e interdisciplinar de qualidade usando metodologias eficientes.

Diante desses fatos, é possível dizer que todos devem ser capazes de compreender a inclusão escolar de uma forma mais ampla, onde profissionais possam estar reavaliando as suas práticas, valorizando as potencialidades dos alunos com deficiências, desenvolvendo estratégias para melhorar o atendimento, buscando sempre parcerias e a colaboração de todos os envolvidos nesse processo. De acordo com Silva (2010, p. 132):

A inclusão escolar não é um processo simples de ser efetivado. Pelo contrário, é um processo complexo que exige esforço conjunto e dedicação de todos aqueles que estão envolvidos com a questão educacional e, particularmente, com a escolarização dos alunos com necessidades educacionais especiais na sala comum da escola regular. No entanto, além dos obstáculos, evidenciamos o quanto a inclusão pode ser benéfica não apenas para o aluno com necessidades especiais, mas também para seus colegas, professores e para toda a comunidade.

Tendo em vista que, apesar da necessidade educacional especializada para com o aluno com deficiência, o aluno não é um ser inerte, ele aprende, ensina e desenvolve as suas habilidades próprias no seu tempo e ritmo. O profissional da educação precisa ter um olhar mais focado e diferenciado com uma maior sensibilidade e compreensão.

A formação continuada dos educadores é de suma importância para todas as áreas da educação, pois no âmbito da inclusão, o atendimento educacional especializado só vem a contribuir para os avanços do aluno com deficiência, buscando soluções inovadoras para que se obtenha uma aprendizagem significativa, garantindo assim o sucesso do aluno e promovendo de forma progressiva a sua autonomia nesse processo.

Referências

CARVALHO, Rosita Edler. Educação Inclusiva:a reorganização do trabalho pedagógico. Porto alegre. 2.ed. Porto Alegre: Mediação, 2008.

GLAT, Rosana; BLANCO, Leila de Macedo Varela. Educação Especial o Contexto de uma Educação Inclusiva. In: GLAT, Rosana (Org.). Educação Inclusiva:Cultura e cotidiano escolar. Questões atuais em Educação Especial VI. Rio de Janeiro: 7 letras, 2007. p. 19 – 39.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. (Org.). O desafio das diferenças nas escolas. 4.ed. Petrópolis: Vozes, 2011.

MINETTO, Maria de Fátima. Currículo na educação inclusiva:entendendo esse desafio. 2.ed. Curitiba: Ibpex, 2008.

SILVA, Aline Maira da. Educação Especial e inclusão escolar:história e fundamentos. Curitiba: Ibpex, 2010.

Autores:

Ágda Aparecida de Moura (Especialista em Educação Especial e Inclusiva)

Mario Marcos Lopes (Especialista em Educação. Docente do Centro Universitário Barão de Mauá; Faculdade São Luís; Tutor do Curso de Pedagogia – UFTM; Professor da Rede Municipal de Ribeirão Preto).

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