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quinta-feira, 25 de julho de 2024

A extrema-direita no Magreb, facto ou mito?

O pensamento da extrema direita partiu dos Partidos nacionalistas de direita, defensores do Islão e do “Grande Marrocos”, e principal dinamizador da década de 1950.

Hoje, a extrema-direita, no Magreb árabe conheceu um certo crescimento, dados partidos da direita, e da nova realidade, baseando-se sobre os artigos do Karim Amrouche, Mounia Ben Hammadi, pesquisadores e pensadores, e do  Frederic Bobin, sob o título “países do Magrebe arabe, vítimas da crise de identidade”.

A Extrema Direita no Magrebe levanta-se uma série de interrogações, no meio académico,  se tal fato é real ou Mito?”; legado a uma ideologia identitária ou religiosa.

Dai questiona-se a chegada de imigrantes dos países subsaarianos, as ideias do Partido Nacionalista da Tunísia, o presidente tunisiano Qais al-Saeed, no contexto de “ badissya/novemberismo da Argélia” e   “movimento maurício” do Marrocos.

Desdobramento;

O jornal francês “Le Monde” publicou um artigo analítico de 16 a 17 de abril de 2023, por Karim Amroush, Mounia Ben Hammadi e Frederic Bobin, sob o título “Os países do Magrebe, vítimas da crise de identidade”.

Explicando esta crise de tendência de extrema-direita nos países da região, Tunísia, Argélia e Marrocos, como decorrente dos fatores de identidade e étnicos. Isso quer dizer do excêntrico, um padrão sociológico dos países do Magreb, diferentemente dos países ocidentais, abraçadores da ideologia de extrema direita.

No entanto, este pensamento não parece desprovido de elementos de importância intelectual e política, do interesse de entender o desenvolvimento do discurso político nos países do norte da África.

Tal importancia deste análise parte da chegada da crescente onda de imigrantes de países subsaarianos, origem do isolamento identitário e crescimento da retórica anti-estrangeira, constituindo portanto uma projeção flagrante de um fenômeno puramente ocidental racila, sobre uma perspectiva sociológica e realidade política árabe, cuja realidade decorre do movimento “Badissia/novemberismo”, argelino ou “mourisco”, oposição aos imigrantes africanos, ou ainda de uma realidade atrilada ao Partido Nacionalista Tunisiano.

De fato, esses fatores influenciadores da opinião pública dos países do norte da África veiculam ideologias, sob o poder dos discursos, da carga étnica, bem como das percepções e dimensões racistas,  conforme a “Encyclopedia Britannica”,refletindo a filosofia política e social, ansiando a ideia do mundo ocidental e suas realidades.

tais ideias explicam a tendencia das lideranças sob a necessidade política, caso do presidente da Tunísia, Qais al-Saeed, cujas ideias do “Partido Nacional da Tunísia” manipulam o fenomeno social dadoos desboramentos atuais da situação economica e social; contra qualquer conspiração externa, da equação demográfica árabe-islâmico, conforme o presidente tunisiano e Partido Nacionalista (Le Monde, ibid.), revelando assim, por outro lado, o rol dos imigrantes de países subsaarianos, como sistema “explicador e influenciador da política regional e interacontinental.

Assim, a identidade árabe-islâmica, segundo o presidente tunisiano, tem por objetivo  defender e atacar os adversários, cuja perda de tempo político dos partidos, do jogo democrático, da retórica anti-imigração do Partido Nacionalista Tunisiano, promove os indícios de uma tendência próxima à extrema-direita, e da ideologia ocidental, como da Índia, Sri Lanka, Brasil e outros.

Para Argélia, a “Badissia/Novemberiya” apresentou-se sob uma divisão nas fileiras do movimento (Hamza Atbi, e  “Badissia Novemberia”, em relação ao movimento argelino. segundo Al-Jazeera Net , 09/10/2019). Traduzindo o movimento, apoiador da liderança militar (ibid., artigo: Le Monde referido acima).

Tal movimento constitui uma mistura do legado e herança revolucionária, na qual a instituição militar manipula a título do protetor do pensamento reformista nas suas alas salafistas de Abd al-Hamid Ibn Badis (1889-1940).

Em relação ao “Badissia/Novemberiya”, contra as esquerdistas ou Amazighs, os quais não adotam a interpretação da ideologia militar revolucionária e da realidade política, caso do período pós-Bouteflika, o qual não se elevou a uma ideologia de extrema direita. Uma vez que a sua função tem sido conter a “movimentação”, em favor da interpretação teocrática e revolucionária/militar, longe das circunstâncias da ação política tradicional, representada pelos partidos, Frente de Libertação e outros.

A interrogação é se a “Badissiya/Novemberiya” tem levado a cabo a sua missão a título de estrela do movimento, combatendo os supostos inimigos internos e externos (incluindo os imigrantes)?

Esta pergunta não pode ser decidida, sem o discurso de defesa da identidade, caso  argelino, algo interpretado e enraizado na identidade racional, cujos mecanismos retóricos do “Badissia/Novembria”,  são a tendência entre o imaginado e o real.

Em relação a Marrocos, o movimento “mourisco”, representando a extrema-direita em ascensão. Ele tem sido considerado como um movimento cultural, promovendo  uma superpotência, herança do passado, das glórias da época medieval, durante as eras e períodos de domínio dos almorávidas, almóadas, Marinidas e Saadianos.

Tais ideias dos “maurícios”, liderados por indivíduos não revelam as suas identidades, como emblema da estrela marinida de oito nervuras, conjugando o conservadorismo e nacionalismo, num sentido de proteção do património contra a desapropriação.

Diante disso, pensa-se numa audiência de pioneiros das redes sociais, caso do ex-Ministro da Cultura, mantendo um registro sobre o “cuscuz”, junto ao UNESCO, como património comum do Magrebe (em vez de ser puramente Marroquino); alguns fatos opostos e fascistas, ver (Mehdi Mishbal, artigo sob o título “Mauricianos, anônimos de identidade, revivendo o nacionalismo marroquino”, Mídia 24, 14 de março de 2021).

Movimento Mauricio

O Maurício constitui uma forte influência sobre uma ampla gama de pioneiros do Twitter e Facebook. Sem o que tal torna-se uma força política, diferentemente da oposição da Argélia e Tunísia.

Em relação ao aspecto cultural, a proteção desta herança marroquina e histórica, sob a lema das glórias do passado, das hostilidade e dos movimentos amazigh, islamitas e esquerda, reforça o contexto ideológico e cultural. num aspecto cultural, sem líder ou tendências, de partidos tradicionais que os ditos “mouriscos”, patrocinam um movimento de influência política no tempo atual.

Finalmente, esta extrema-direita surgindo nos países do Magrebe, com fatos prematuros, contribui com os movimentos de tendências ideológicas, de precursores marginais, sem portanto de justiça para com os fenómenos sociais e culturais. Baseando-se sobre elementos de extrema direita, anti-imigração (Partido Nacionalista da Tunísia), cujas soluções militares conservadoras (Badissi/novemberismo) face a grandeza da nação de origem moura.

Autor:

Lahcen EL MOUTAQI. Professor universitário-Marrocos

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