Depois de apresentar ao mundo a reconstrução do rosto de Maria, mãe de Jesus (com base no Sudário de Turim), e da outra musa de Leonardo da Vinci, Ginevra de’ Benci, o pesquisador, especialista e designer Átila Soares da Costa Filho volta à inteligência artificial para revelar como deverá ter sido a verdadeira aparência da mais célebre modelo do grande gênio da Renascença.
Desta vez, a base para seus experimentos foi a obra “Mona Lisa de Isleworth”, executada por Leonardo entre 1503 e 1506, e que mostra a eterna Lisa Gherardini – mais conhecida como a modelo para a versão clássica do Louvre – enquanto ainda jovem (a idade precisa ainda é incerta, mas é razoável se pensar algo em torno dos 20 anos). Por unanimidade, esta jovial versão é considerada como mais bela que sua enigmática e desgastada contrapartida de Paris.
Segundo o designer, algumas questões foram consideradas a fim de que se aproximasse de um resultado mais fiel ao que a experiência se propunha. Uma destas foi tentar descartar, parcialmente, o estilo pessoal de Leonardo na busca pelo rosto de Lisa: “Cada mestre da Pintura, de forma mais ou menos consciente, imputava seu jeito particular de retratar um modelo – era o seu estilo. Isto é o correto em termos de se expressar a genialidade de cada um, mas, por outro lado, a técnica também poderia trazer certas dissonâncias à realidade objetiva da fisionomia de quem era representado.”
A pintura se trata de um dos retratos mais bonitos – e comentados – do mestre, atualmente propriedade de um consórcio privado e em paradeiro ignorado. Eventualmente, “Isleworth” vem sendo exibida em renomadas instituições de vários países – sobretudo na Europa e Ásia -, tendo para si uma fundação na Suíça, a Mona Lisa Foundation, encarregada de estudá-la e promovê-la. Átila Soares, o autor do presente experimento, ainda é especialista em História da Arte e Patrimônio, assim como o único membro latino-americano do comitê científico da MLF… e mais antigo pesquisador vivo da pintura.
Autor:
Átila Soares é formado em Desenho Industrial pela PUC-Rio e pós-graduado em História da Arte, Antropologia e Arqueologia. Com estudos divulgados em mais de 80 países, faz parte dos comitês científicos na Mona Lisa Foundation (Zurique), na Fondazione Leonardo da Vinci (Milão) e no Comitê Nacional pela Valorização dos Bens Históricos, Culturais e Ambientais (Roma).
