Nos últimos tempos, a extrema direita brasileira se divertia de modo macabro, ignorante e preconceituoso em relação aos movimentos sociais e de resistência promovidos pela esquerda.
Tacharam os manifestantes de vagabundos, sovaco podre, fedorentos, arruaceiros.
COMUNISTAS!!!… enfim. Toda a sorte de adjetivos pejorativos, excludentes e cheios de desinformação.
Vejam como são as coisas.
O que se observa agora no país nesse momento pós eleição? Seria cômico se não fosse tão patético e absurdo.
A classe média branca bolsonarista fazendo manifestação golpista na frente dos quartéis clamando por misericórdia divina e intervenção militar.
Me parecem coisas tão antagônicas!
Mas eles exigem uma questão de ordem: não são vagabundos. São revolucionários. São patriotas exigindo o fim do pacto social democrático, do qual se espera que as decisões sejam tomadas com base na convicção da maioria das pessoas. É simples: maioria significa 50% mais 1 num sistema representativo como é o caso do Brasil.
A ideia que se pretende disseminar e enfiar goela abaixo é que essa maioria que elegeu Lula está errada, equivocada ou eticamente comprometida com a impunidade.
Alias, inicialmente a narrativa se concentrou na falha do processo eleitoral por meio eletrônico. Como não obtiveram êxito (alegaçoes fajutas e sem lastro probatório), ao contrário, a vergonha foi pública, notória e alvejada com uma multa verdejante de 22 milhões de reais, resolveram impugnar a moral do presidente eleito e até a higidez ética dos eleitores que hoje formaram uma maioria no país.
Ora, o sujeito se arvora no direito de deslegitimar o outro com base tão somente no que considera verdadeiro (?!), divino e patriótico. Que patifaria! Onde essas pessoas aprenderam isso?
A narrativa é a seguinte:
– A esquerda elegeu um “ladrão” que não pode subir a rampa do Planalto.
O argumento que embasa essa iniciativa: o “patriota” simplesmente não aceita que o eleito presidente Lula assuma o poder, como é de DIREITO.
O país teve que engolir um sociopata que já afirmou que sua especialidade é matar. Com efeito, Jair provou isso de modo muito robusto na pandemia. O projeto de morte e destruição foi realizado com sucesso.
Mas o povo patriota tem direito de ver o perdedor sair vencedor.
Daí se pergunta: Por que???
A resposta: – Ahh… Porque eu quero e acho certo. É mais ou menos esse o nível de insanidade.
A direita tem clamado: Jesus tenha misericórdia do nosso povo. Esquerda não é povo. Nordestino não é gente… isso é só a ponta do iceberg da dissonância cognitiva coletiva que ora os acomete.
E a execução do delírio golpista? Intervenção militar!!!
O pensamento seria trocar uma suposta ditadura judicial por uma ditadura militar. Ou uma espécie de governo de exceção do “Mito”, amparado pelas forças armadas. A ideia é confusa. É obtusa. É difusa. Nem os lideres sabem dizer exatamente o que seria esse novo estado de coisas… é uma bagunça mental deturpada e viciada por fundamentalismo religioso, hipocrisia e muita mentira.
É bom que se diga: mentiras e conspirações disseminadas pelo clã miliciano que passou 4 anos ferindo de morte nossas garantias mais caras. A felicidade e a dignidade de minorias… O direito à saúde e à educação básica… Só pra dizer o mínimo… o pacote de maldades e iniquidades é extenso e muito cruel.
Eles sonham diante dos portões dos quartéis com algum acontecimento inesperado e violento.
Sim. Violento. Muito violento! Afinal, não se pode derrubar um representante legítimo, eleito pelo povo, sem derramar sangue.
Mas vejam: tudo com Deus na frente. Jesus no comando!!!! Patriotas armados, organizados, com apoio de Deus e das valorosas forças armadas, as quais, no momento, fazem voto de silêncio sepulcral, assim como o ainda capenga presidente , num gesto conspiratório, cercado de dubiedades, que só aprofunda e agrava a debilidade psicológica dos radicais.
Pasmem: tudo isso em nome da DEMOCRACIA!!!!
Qualquer homem médio, em posse de suas faculdades mentais, pode perceber a profunda contradição dessa massa alienada e robotizada, tomada pelo ódio e por uma dificuldade impressionante de lidar com frustrações.
O estado de negação é patente. E se mostra muito perigoso, pois já se fala em pegar em armas em nome de Deus(?!) e da Pátria (?!). A pátria ARMADA, cega de ódio, enebriada por uma nuvem de informações falsas que se incorporaram até ao modo de pensar e de agir dos mais revoltados, que agora se auto intitulam “revolucionários”.
Tempos sombrios, meus amigos…
Autor:
Anderson Diniz