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domingo, 8 de dezembro de 2024

Como avaliar o tipo de cobertura ideal para o plano de saúde?

Dr. Marcus Vinícius Gimenes, médico-cirurgião e CEO da cuidar.me, traz alguns pontos de atenção para evitar dores de cabeças futuras e, assim, garantir a melhor proteção possível

Um estudo divulgado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) revela que a pandemia fez com que o plano de saúde se consolidasse como o terceiro item dentro da lista de prioridade entre os brasileiros, ficando atrás apenas da casa própria e da educação. Apesar de ter se tornado um serviço altamente procurado nos últimos anos, as dúvidas referentes à opção ideal de cobertura para cada pessoa ou família também aumentaram na mesma proporção. 

A agência responsável por regularizar e definir todas essas diferentes coberturas dos planos privados é a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Porém, é essencial que o público saiba quais são e como funciona cada uma delas para que o beneficiário tenha conhecimento dos benefícios e contribuições que tem direito, promovendo mais segurança e bem-estar neste momento tão importante.

Para sanar as principais dúvidas sobre o assunto, explico os tipos de cobertura dos planos de saúde atuais, como eles funcionam e a melhor opção para cada caso.

Quais são as coberturas existentes?

O primeiro ponto de atenção é saber que quando falamos sobre cobertura do plano de saúde, nos referimos à segmentação assistencial, que funciona como uma espécie de divisão de serviços. Atualmente, o mercado trabalha com três tipos de cobertura: ambulatorial, hospitalar e completo. Dessa forma, é preciso, antes de tudo, entender a diferença de cada uma delas.

No plano ambulatorial o beneficiário garante a cobertura a consultas em clínicas e consultórios, exames, terapias e outros procedimentos ambulatoriais (curativos, retirada de pontos, pequenas cirurgias, primeiros-socorros), ou seja, que não precisem de uma estrutura hospitalar. Além disso, o cliente tem direito aos atendimentos de emergência durante as primeiras 12 horas. Após esse período, a cobertura hospitalar fica sob responsabilidade do segurado.

Já o plano hospitalar oferece cobertura para situações urgentes e que se faz necessário ter uma cobertura assistencial. Podemos citar ocasiões de urgência como: internação com número ilimitado de dias, inclusive na UTI (Unidade de Terapia Intensiva); cirurgias eletivas e emergenciais; e procedimentos como quimioterapia, radioterapia e transfusões. Vale ressaltar ainda que a opção pelo plano hospitalar ainda traz a possibilidade de contar com a assistência obstétrica, além da internação e o parto em si. O recém-nascido também tem direito à cobertura do plano por até 30 dias após o nascimento, garantindo mais segurança tanto para o pós-natal quanto para a saúde e segurança do bebê.

Por último, como o próprio nome já dá a entender, o plano completo traz a cobertura total, oferecendo atendimento tanto ambulatorial quanto hospitalar e, possivelmente, obstétrica. Como consequência dessa proteção mais robusta, esse tipo de plano acaba sendo o que gera maior custo para os interessados.

Como escolher a cobertura ideal?

Tendo em vista essas opções disponíveis e o que cada uma delas oferece, o próximo passo é avaliar de maneira detalhada a opção que se encaixa melhor com as necessidades do beneficiário e sua família. Pensando nisso, destaco alguns pontos que são fundamentais nessa análise.

Quando uma pessoa busca por um plano de saúde, a principal preocupação deve passar pela rede credenciada, que inclui as clínicas, laboratórios e os hospitais. Até porque, é o prestador de serviço de saúde que vai fazer o atendimento efetivo no momento de necessidade. Nesse sentido, é imprescindível que o beneficiário procure identificar quais são as unidades que estarão disponíveis no plano e buscar referências para garantir um suporte ideal quando for necessário.

Outro ponto que merece a atenção é a análise sobre a área de abrangência do plano. Por exemplo, se o cliente não possui o costume de se locomover de maneira constante dentro do território brasileiro, não vale a pena escolher um com abrangência nacional. Isso porque uma opção de abrangência regional já daria a segurança necessária e traria um custo menor.

O bem-estar também é uma das avaliações mais importantes no momento de contratar um plano de saúde. Nesse caso, a acomodação que será disponibilizada na necessidade de uma internação é um fator relevante no processo de decisão. Para quem busca maior privacidade e o direito a um acompanhante durante a internação é ideal buscar por planos de apartamento – diferentemente da enfermaria, onde o paciente divide o espaço com outras pessoas.

Sem dúvida, todos esses pontos são fundamentais antes do interessado efetivar a contratação do plano de saúde. Obviamente, ninguém gosta de antever a possibilidade de precisar passar por cirurgias ou um atendimento de emergência. No entanto, vale lembrar que é justamente nesse tipo de situação que lembramos a importância de contar com um plano de saúde capaz de atender todas as nossas expectativas. Ou seja, somente fazendo esse processo de uma maneira assertiva, conseguimos evitar dores de cabeças futuras e, assim, garantir a melhor proteção possível.

*Dr. Marcus Vinicius Gimenes é CEO da cuidar.me, healthtech especializada em planos de saúde mais baratos. Médico cirurgião cardíaco formado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), possui mais de quinze anos de experiência na área da saúde.

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