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terça-feira, 30 de abril de 2024

Apoteose da Banalidade

Decerto no transcorrer das era a humanidade tende a evoluir e, na mesma proporção, involuir. Este é o ciclo natural da evolução humana.

Entretanto, nos tempos modernos a apoteose da banalidade vem se tornado via de regra inerente a todos aqueles que desejam integrar a coletividade social de certos grupos. Hoje o que vemos entre o futuro da nossa raça é uma plêiade de crianções reclusos e amargurados, envoltos de um ódio feroz e indizível – mesmo porque é injustificado e sem fundamentos e/ou substância– que perpassa e estende-se a tudo quanto os olhos não vêem.

De certo, não é bem verdade que o ódio feroz e indizível é de fato indizível, uma vez que, ao nos referirmos a figuras como Marx e Hegel, entendemos em parte o estado de espírito de ódio latente na sociedade moderna – é importante ressaltar, por increça que parível, que só se pode raciocinar sobre qualquer que seja o tema, se nós, enquanto pensadores, nos referirmos aos mesmos da maneira correta, dando nome aos bois. 

Tendo em vista o estado atual de deturpação dos sentidos e da capacidade cognitiva mediante uma intensiva campanha promulgada por Hegel, justificada por Marx e assegurada pelos teóricos da escola de frankfurt, o terror e o ódio ao conhecimento cognitivo; o método assimilativo e comparativo; o jeito natural em que entendemos o mundo, inerente ao ser humano mediante o que chamamos de lógica analítica –enquanto sendo a constatação do real mediante a busca da verdade universal–, o ódio e repúdio de figuras como Hegel que, usando o depoimento de Jesus Cristo a respeito do fim dos tempos –”Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai”.–, afirma, defronte a uma quase que irrepetível ginástica mental, que a história é, por si só,  o agente e a figura dela mesma, então, findamos os momentos históricos cujo início e o fim é determinado pelo mesmo – que por acaso é o período em que vive está o autor, contando também com o aval do próprio Deus–, dá-se ali o início após o fim, ainda que de maneira simbólica, ignorando os fatores basilares que a pressupõe, o apogeu da raça humana, afirmando que a “enteléquia” ( estado máximo da evolução do ser humano; o apogeu da nossa raça), como definida por Aristóteles, é a concepção do Estado moderno, cria em nós, mediante a uma confusão demoníaca e a substituição de qualquer referencial metafísico (religioso ou não) pelo que ele entende como Estado moderno o que entendemos como realidade. Um estado de confusão interior que, ao ser externado, vem em forma de ódio, não raiva nem irá, mas ódio.

Mas, que podemos nós dizer a este respeito uma vez que, no nosso tempo, admiramos idosos com alma juvenil? 

E que dizer do culto à beleza adolescente que tantos males traz a nossa geração?

Criamos uma geração covarde e medrosa; ressentida com tudo e todos que sequer sabem de sua existência. Que devemos nós esperar destes senão a pura sinecura e inabilidade? Que devemos nós esperar destes que atestam a validade de uma teoria pela quantidade de adeptos, pela importância da revista em que foi publicada e por fim, aprovada pela revisão por pares?

A adoção das “ciências” como método religioso bem como a matematização do pensamento nada mais é do que a consumação do que Gramsci chama de: “Terrestrialização do pensamento”, a usurpação do poder de divindade “conferida” a entidades divinas galgada pelo Estado moderno, ou o que Hegel definiu como: “O trabalho do negativo”, que, partindo da relativização do mundo cognoscitivo e real, assume que tudo é mal – partindo de uma primícia cristã que tem origem em Adão e perdura até hoje –, eu, enquanto fruto deste malefício, assumo por obrigação trabalhar de maneira a desenvolver uma antítese – que consiste em desenvolver o negativo da maneira mais abrangente que conseguirmos imaginar o mal–  à síntese – o mundo é mal – para que só a partir daí consigamos (no discurso de marketing) galgar um mundo melhor e mais justo que ao fim e ao cabo da evolução humana, transfigura-se em uma divindade representante de todos os anseios sociais – o típico jargão liberal: “Estado mínimo, não é isso que você quer cidadão? Assim sendo, vou assegurar-lhe por meio de determinações legais o seu direito de ter direito a um Estado mínimo, bem como seus demais anseios” –. É uma tragédia cômica, e antes que digam se tratar de um “Reductio ad absurdum”, o que é usar o sistema considerado falido, para majorar o seu sistema inovador? Sem citar as disfunções factuais da concepção primeira da ideia em si, que não foram abordadas.

O acanhamento febril toma conta dessas almas inermes sem forças, zumbificadas, hipnotizadas pelo mito da juventude; Pelo mito do para sempre (Que há, não compreendem que o para sempre sempre acaba ?) 

Doravante, o que quero eu indagando ao mundo? Afinal, não sou eu parte integrante e atuante? Quiçá seja esta a responsabilidade a qual todos devemos  submeter se mas a negam e a recriminam pois, não há de julgar o que não entende, todavia, só se entende duvidando e questionando.

É latente e quase que indefinível o instinto de rebanho que tomou conta desta nova geração. No entanto, o que havemos de esperar de uma sociedade que teve usurpado o significado da palavra individualidade?

Nos dias de hoje as consciências individuais vão sendo vilipendiadas a ponto de se esconderem tão fundo na alma humana que torna-se quase impossível tirá-las da caverna, mesmo que a força. Mais importante que a autocrítica, só: “A crítica radical de tudo quanto existe”, afinal, é uma grande maldade o fato de sermos limitados a criticar somente o que está a nosso alcance.

Lima Barreto, célebre e reconhecido autor brasileiro e um dos responsáveis pela cisão do paradigma que vigorava à época, onde a classe intelectual vigente no Brasil ditava os modelos de escrita que julgado a seus gostos e regras era classificado como: bom ou ruim, tem, na figura de Isaías Caminha, jovem humilde do interior que vem à cidade inundado por aspirações econômicas e intelectuais, o retrato do que hoje chamamos de: ‘Nova geração”.

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