*Marcus Vinícius Gimenes, cofundador e CEO da cuidar.me
Se há um momento em que diversas dúvidas podem surgir é quando uma pessoa precisa escolher um plano de saúde. Afinal, todos queremos ser protegidos da maneira mais eficaz possível caso seja preciso, não é mesmo? Por isso, a atenção para alguns temas é primordial no momento de contratação do plano. Com o setor aquecido com a chegada das healthtechs e uma leva de novos produtos surgindo, é importante que o cliente não deixe esses assuntos de lado antes de tomar qualquer decisão.
Por mais complexo que alguns desses tópicos possam parecer, algumas explicações básicas e dicas sobre os planos de saúde ajudam desde quem nunca teve contato com esse tipo de benefício, até aqueles que já utilizaram várias operadoras. Confiras as dicas:
- ANS
A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) é o órgão responsável por regular todos os planos privados e convênios de saúde do país. Fique atento! Se a empresa não tem registro na ANS, não é considerada um plano. É apenas um cartão saúde/cartão benefício. Além disso, também tem a função de normatizar, controlar e fiscalizar as atividades relativas a esses serviços. Ou seja, é essencial que a pessoa que está prestes a selecionar um plano verifique se o mesmo está registrado na agência. Dessa forma, o indivíduo já inicia a sua jornada com muito mais segurança, visto que tem a certeza de que todos os requisitos regulatórios estão em dia na empresa procurada.
- Formas de contratação
Partindo para a contratação em si, existem duas formas de realizá-la, cada uma com suas vantagens e desvantagens: a empresarial e a individual. Na primeira, o benefício está no fato de empresas pagarem um plano específico aos seus colaboradores e lidarem com a operadora; porém, vale frisar que essa opção pode conter descontos do salário diretamente na folha de pagamento e até mesmo coparticipações, em que o beneficiário deve pagar uma porcentagem pelos procedimentos e atendimentos realizados. Já no segundo caso, a pessoa física cuida diretamente dessa negociação, o que lhe dá mais liberdade em optar por um convênio que atenda suas condições; no entanto, isso também exige que ela tenha total compreensão do que está incluso na sua assinatura.
- Cobertura do plano
Neste sentido, um fator fundamental que necessita do total conhecimento do paciente é a cobertura do plano, seja pelo tipo de atendimento que terá direito ou até mesmo por interferir no valor de pagamento. No ambulatorial, por exemplo, cobrem-se consultas médicas eletivas e exames agendados, enquanto no hospitalar há o acesso ao atendimento nos pronto-socorros em urgência e emergência, além de internações, cirurgias e consultas e exames decorrentes da internação. Há ainda planos que abrangem os dois tipos de coberturas e, portanto, mais seguro. Esses planos podem incluir ou não a parte de obstetrícia,o que requer atenção na hora de escolher. E ainda existe a opção de planos odontológicos, que oferece cobertura específica para a saúde bucal.
- Tipo de acomodação
Outro tópico semelhante ao anterior é o tipo de acomodação, que pode pode fazer a diferença em situações de internação. Uma delas é a enfermaria, que traz menos gastos por acomodar o paciente junto a outros e, com isso, carrega também menor liberdade em relação a eventuais visitas. Por outro lado, quando o cliente escolhe o apartamento, os custos aumentam, mas também a comodidade é maior por ter direito a um quarto individual.
- Carência do plano
Esse item muitas vezes é colocado em segundo plano em relação aos anteriores, mas é primordial por abordar o tempo que o beneficiário precisa aguardar para conseguir ser atendido em diferentes procedimentos. Essas determinações são diferentes em cada convênio, contudo o cliente deve estar ciente de que a ANS regulamenta os seguintes prazos máximos de carência: atendimento de urgência e emergência (PS), 24 horas; consultas e exames simples, 180 dias; cirurgia e internação por qualquer motivo, 180 dias; exames complexos, 180 dias; parto, 300 dias; e doenças preexistentes, 24 meses.
- Rede credenciada
Por mais que um plano de saúde seja repleto de benefícios, de nada adianta se a assinatura não possuir hospitais credenciados que são referências nas respectivas cidades dos clientes. Assim, é um detalhe a se valorizar tanto quanto o “pacote” em si da operadora, pois pode influenciar de maneira direta o seu atendimento e bem-estar. Uma escolha inteligente nesse sentido é não só procurar por centros de saúde reconhecidos, mas também que sejam próximos de sua residência e trabalho ou de fácil acesso.
- Facilidade na contratação e atendimento
Por fim, não há como não levantarmos aqui a importância de um atendimento de qualidade por parte da empresa que oferece o plano. Em plena era da Transformação Digital não existe mais espaço para burocracias quando estamos falando sobre a nossa saúde, não é mesmo? Por isso, encontrar um serviço que facilite não apenas a contratação, mas sempre que necessitar entrar em contato com o suporte, é essencial. Nesse viés, vale priorizar as operadoras que contam com ferramentas automatizadas, como autoatendimento ou até mesmo um aplicativo com as respostas para suas principais dúvidas.
A verdade é que a compreensão desses tópicos ajuda na missão das pessoas em ter acesso a um plano de saúde de qualidade e que cabe no seu bolso. Essa escolha deve ser munida de muitas informações e análises, priorizando aquelas operadoras que oferecem excelência no atendimento em todas as esferas. Afinal, a saúde em boas mãos é sinônimo de tranquilidade e segurança.
*cofundador e CEO na cuidar.me, healthtech que tem como objetivo democratizar o acesso à saúde de qualidade aos brasileiros, Marcus Vinícius Gimenes é médico cirurgião cardíaco. Formado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), ele possui mais de 15 anos de experiência na área da saúde.
Boas dicas.
Parabéns