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sexta-feira, 3 de maio de 2024

Demissão Silenciosa: bom para quem?

Nas últimas semanas um termo vem sendo muito veiculado pela mídia e redes sociais, a “demissão silenciosa” ou “quiet quitting”. Esse novo movimento está relacionado com outro que começou a pouco tempo nos Estados Unidos a “Grande Resignação” onde as pessoas, principalmente as da geração Z e Millenials estão pedindo demissão por não concordar com a pressão no trabalho ou, porque querem mais qualidade de vida.

A “demissão silenciosa” pode ser definida também como um sentimento de descontentamento com o trabalho, porém ao invés do trabalhador se demitir e ele opta por fazer apenas o necessário, ou seja, o que está especificado no seu contrato de trabalho e dentro deste contexto o mínimo possível para manter o emprego.

Não defendo o trabalho exagerado que chega a interferir na vida pessoal ou nos faça ter que trabalhar diariamente até tarde da noite ou estar disponível a qualquer hora e dia, como ocorreu durante a pandemia e pelo que se desenha veio para ficar.

A minha intenção é que voltemos a trabalhar com equilíbrio. Para exemplificar o equilíbrio necessário que precisamos encontrar vou contar um episódio da minha infância. Lembro que quando meu pai saia de férias do trabalho, na década de 80, não tínhamos telefone na casa de praia em que ficávamos e ele ia duas vezes por semana na casa de um primo de minha mãe para ligar e checar como estavam as coisas, e mesmo assim eu e meus irmãos passávamos diariamente por ali para verificar se tinha algum recado, era o telefone “moleculá”, depois quando comecei a trabalhar entendi que isso era comprometimento com o trabalho.

A “demissão silenciosa” tem os seus motivos e é compreensiva, porém não me parece ser uma boa estratégia para os funcionários que a praticam, porque para eles é prejudicial para a carreira, para imagem como profissional e passa a ser motivo de ansiedade, pois eles apenas vendem horas ao invés de se realizarem com a trabalho.

Para as empresas também não é uma boa estratégia cobrar produtividade ao limite de seus funcionários, pois estes podem não aguentar, entrar em processo de burnout, depressão ou até enfrentar algum processo trabalhista.

Para resolver esse problema é preciso buscar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional onde exista hora de trabalhar e relaxar, comprometimento e retorno de ambos os lados, pois “dores de barriga” podem acontecer e precisamos muitas vezes buscar socorro de quem está ao nosso lado e assim vencermos juntos!

Vamos refletir, escutar esse “grito de alerta” e encontrar o sucesso!

Pedro Paulo Morales
Pedro Paulo Morales
Graduado em gestão |Especialização em PSC- Professional and Self Coaching | Jornalista

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