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quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Com R$ 60 milhões em caixa, Legiti quer acabar com as fraudes no e-commerce?

Startup já preveniu R$ 53 milhões em perdas para empresas e pretende fechar 2022 com pelo menos 50 clientes e faturamento anual de R$ 3 milhões

Pearson Henri, cofundador e CTO da Legiti, e Pedro Henrique Sanzovo, cofundador e CEO da Legiti (Foto: Divulgação)

O Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian mostrou que em 2021 aconteceram 4,1 milhões de movimentações suspeitas de fraude no Brasil, o que representa um aumento de 16,8% em relação a 2020. O segmento mais afetado foi o de bancos e cartões, com 2,3 milhões de tentativas de fraude, um aumento de 33,3% em comparação ao ano anterior.

Com o aumento do e-commerce decorrente da pandemia de covid-19, as organizações precisam de agilidade, tecnologia de ponta e inteligência para evitar fraudes e garantir um crescimento acelerado. Um golpe envolve, principalmente, uma quebra no comportamento do usuário, o que torna o aprimoramento constante dos algoritmos dos respectivos sites ou aplicativos da companhia uma necessidade“, diz Pedro Henrique Sanzovo, cofundador e CEO da Legiti, plataforma que ajuda negócios digitais a evitar e reduzir fraudes.

Para aprimorar a tecnologia e contratar engenheiros e cientistas de dados, a empresa levantou, em janeiro deste ano, um investimento de R$ 42 milhões com os fundos Kaszek Ventures, GFC, Iporanga e Picus Capital, somando, ao todo, uma captação de aproximadamente R$ 60 milhões — em 2020, captou US$ 2,5 milhões.

A quantia tem como destino a inteligência artificial e os modelos preditivos — que são adaptados à realidade de cada negócio — utilizados pela empresa, ferramentas essenciais para a redução do chargeback (acontece quando uma cobrança é contestada pelo titular do cartão e o valor tem de ser devolvido)

Made in USA

A história da Legiti tem um início comum entre empresas inovadoras: uma amizade de faculdade que se tornou startup. Brasileiro, Pedro Sanzovo estudava computação na Universidade Stanford, na Califórnia, quando conheceu Pearson Henri, o colega norte-americano. Lá, compartilharam a sala de aula e também o primeiro emprego, na Palantir, famosa empresa de big data fundada por Peter Thiel. Depois de seis meses criando projetos contra fraudes nesta área, os dois decidiram criar uma plataforma automatizada e que realiza análises instantâneas a fim de diminuir o prejuízo dessas companhias.

Depois de um tempo, voltaram para o Brasil e, em junho de 2019, criaram a Legiti. Com a primeira captação, ainda no início de 2020, conseguiram colocar a plataforma no ar. Na pandemia, com o boom do e-commerce, os fundadores viram o negócio tracionar e ganhar clientes de renome, como ZeeDog, Americanas Delivery e Petz. “Olhando para o e-commerce brasileiro, vimos que havia muitos golpes e fraudes. E quem costumava pagar a conta eram as próprias plataformas. Foi aí que decidimos usar toda a nossa expertise em dados para proteger os dados das pessoas”, diz Pedro.

Como funciona o API

A plataforma da startup conecta sua API aos sistemas dos clientes e coleta todo o tipo de dado sobre como os usuários se comportam no site ou no aplicativo. Depois, processa essas informações num modelo preditivo composto por mais de 4 mil features (características relacionadas às transações). Essas features são aprimoradas todos os dias, respondendo a perguntas que ajudam na identificação de chargebacks, ou seja, se um cliente normalmente se comporta de uma forma e, de repente começa a agir fora desse padrão, o algoritmo vai alertar uma possível ação criminosa.

De acordo com Sanzovo, essa análise de ações é importante não só para diminuir o chargeback, mas também aumentar a conversão de vendas. “Muitas empresas deixam de faturar por casos de “falsos positivos”, que são transações legítimas, mas que por suspeita acabam barradas. Portanto, um sistema antifraude envolve não só combater tentativas de fraude, mas ser uma solução eficaz para escalar os negócios”, afirma.

Projeção de crescimento robusta para 2022

Com uma arquitetura de dados de última geração, aplicativos sem servidor e ciência de dados combinadas com a intuição humana, a empresa estima que já preveniu mais de R$ 53 milhões em perdas para seus clientes. A sua plataforma 100% automatizada analisa mais de 4 mil características relacionadas ao usuário e as transações, estrutura que abriu espaço para uma expectativa ainda maior no segmento para 2022.

A Legiti prevê um crescimento robusto para este ano. A startup fechou o ano de 2021 com 13 empresas em carteira. A meta é alcançar pelo menos 50 clientes e um faturamento anual de R$ 3 milhões. Para isso, deve aumentar a equipe, passando de 40 pessoas a pelo menos 80 até o final de 2022.

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