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sábado, 16 de novembro de 2024

A sua, a minha, a nossa natureza

*Esse texto não é uma carta de amor para a Mãe Terra.

Se o título te fez pensar diferente, sinto muito.

Se bem que, de forma indireta, creio que possa ser visto como tal.

No fim, quem dita o significado do que eu escrevo são vocês, que lêem.*

Hoje a vi matando um ser.

Tentei fazer de tudo,

mas nada pude fazer.

Nada além de a ver.

Sua vontade de matar

era muito maior do que eu podia sonhar.

E imagino que a vontade de sua vítima de escapar,

o fosse também.

Mas nem

todos conseguem

o que querem.

Você, conseguiu.

Ela, não.

Sua natureza a fez matar a lagartixa.

A minha me fez tentar salvá-la de suas garras.

Você conseguiu.

Eu, não.

Você me encarou por horas a fio,

sem remorso algum.

Dada a oportunidade, você faria de novo.

Pois é a sua natureza.

E a minha é sofrer pela pobre lagartixa.

A minha é lembrar que eu também como animais,

só não tenho a coragem de matá-los como você.

Apenas pago quem matou.

Então, irei te pagar também.

Te dou um petisco, lhe fará bem.

Vai segurar sua fome,

enquanto outra lagartixa não vem.

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