*Esse texto não é uma carta de amor para a Mãe Terra.
Se o título te fez pensar diferente, sinto muito.
Se bem que, de forma indireta, creio que possa ser visto como tal.
No fim, quem dita o significado do que eu escrevo são vocês, que lêem.*
Hoje a vi matando um ser.
Tentei fazer de tudo,
mas nada pude fazer.
Nada além de a ver.
Sua vontade de matar
era muito maior do que eu podia sonhar.
E imagino que a vontade de sua vítima de escapar,
o fosse também.
Mas nem
todos conseguem
o que querem.
Você, conseguiu.
Ela, não.
Sua natureza a fez matar a lagartixa.
A minha me fez tentar salvá-la de suas garras.
Você conseguiu.
Eu, não.
Você me encarou por horas a fio,
sem remorso algum.
Dada a oportunidade, você faria de novo.
Pois é a sua natureza.
E a minha é sofrer pela pobre lagartixa.
A minha é lembrar que eu também como animais,
só não tenho a coragem de matá-los como você.
Apenas pago quem matou.
Então, irei te pagar também.
Te dou um petisco, lhe fará bem.
Vai segurar sua fome,
enquanto outra lagartixa não vem.
Ótimo conto, parabéns.