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sexta-feira, 26 de julho de 2024

Polícia versus veículo autônomo  

Quando uma nova tecnologia chega ao mercado, podem acontecer situações que não haviam sido previstas anteriormente.

Uma dessas situações, cômica, aconteceu recentemente em São Francisco, nos Estados Unidos: um veículo autônomo, sem motorista, operando como taxi, foi parado pela polícia, por estar trafegando com as luzes apagadas.

Um vídeo postado no Instagram, mostra como os policiais que havia parado o veículo, vão até a janela e tentam abrir a porta, sem sucesso, voltando a seguir para a viatura. Nesse momento, o carro começa a se movimentar e para trinta metros adiante. Os policiais deixam a viatura e caminham em volta do carro, presumivelmente tentando descobrir como acender os faróis.

O veículo era um Cruise, produto de uma parceria entre a General Motors e a Honda; a empresa disse que o veículo voltou a se movimentar para estacionar em um lugar mais seguro e que ainda não sabia por que razão as luzes estavam apagadas – teria havido uma falha de hardware ou software. De qualquer forma, era um ponto importante, pois esses veículos, ao menos por enquanto, só podem rodar em São Francisco entre 22 e 6 horas.

A empresa disse também que “trabalha em estreita colaboração com a polícia”, com a qual está definindo um processo de interação para tratar de problemas gerados por veículos autônomos.

A Cruise começou a prestar serviços de taxi recentemente, embora desde 2017 seus funcionários venham sendo transportados por seus veículos, sem incidentes. 

Mas às vezes acontecem tragédias: em 2018, um veículo autônomo do Uber, da marca Volvo, que estava em teste, atingiu e matou uma ciclista em uma estrada do Arizona.

Foram várias as causas do acidente: investigações descobriram que o Uber havia desativado o sistema de frenagem de emergência que vinha da fábrica Volvo para evitar qualquer interação com seu software de direção autônoma, mas não ficou claro o quanto isso contribuiu para o acidente. O Uber também não tinha um gerente de segurança responsável pela avaliação e mitigação de riscos e a motorista que estava a bordo assistia um programa de TV em seu celular; já a ciclista, atravessou a via fora da faixa de pedestres.

Casos como estes mostram que ainda há um longo caminho a percorrer até que os veículos autônomos se incorporem ao nosso cotidiano.

Vivaldo

Autor:

Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de IoT   

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