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quarta-feira, 21 de agosto de 2024

A verdade obscura

                Clara nunca entendia sobre esquecer as coisas em questão de segundos, muitos até diziam que aquilo era ela se fazendo de desentendida, por isso conheceu uma psicóloga para resolver está questão, começou contando sua vida na infância.

                   Cenas que nunca havia esquecido, no dia em que sua mãe saiu deixando ela e seus 3 irmãos sozinhos no meio da noite para se divertir, mas se perguntava como podia deixar 4 crianças sozinhas, sendo uma especial. Clara dizia que neste dia que o medo quase não havia deixado dormir, no meio daquela madrugada ouvira gritos de socorro que a fez se levantar e seguir os gritos, ali estava sua mãe correndo no meio da rua, ou será fugindo da morte.

                  Aquela criança amedrontada, estava vivendo aquilo pela terceira vez naquela semana, talvez, pois ela ainda não entendia como funcionava as semanas, a morte sempre a perseguia, a morte não era nada a menos que seu padrasto, a polícia estava ali naquele dia, mas como sempre por mais que estivesse ali, não resolvia nada, indo embora deixando tudo como sempre esteve, era apenas uma rotina em sua vida, só mais um dia comum.

                  A coisa que jamais seria esquecida de memória, o dia em que sentia algo diferente pegando em sua blusa, quando abriu seus olhos lá estava o demônio a qual sempre temia olhando seus seios, lembrava de ter gritado, foi despois daquele dia que criou o hábito de sempre está de sutiã, outra vez foi quando ele mesmo tentou acaricias suas nádegas, mas não tinha certeza pois nem bunda havia naquela criança. Ela lembra de um pesadelo, mas não sabe se foi real, quando sentiu algo macio em sua vagina, talvez aquilo fosse a boca do demônio em meio de suas pernas.

              Pergunta até hoje para si mesma se fora real ou um pesadelo, mas recorda de ter acordado sem calcinha o dia seguinte, mesmo sua mãe sabendo o que havia ocorrido, soube pela boca de seu irmão a qual havia contado só o que tinha certeza de que era real, a mulher que a pariu mesmo sabendo a verdade não havia feito NADA, nunca a protegeu como deveria. Aprendeu que não poderia ter sua mãe para nada, dizia a todos com orgulho “não confio nem em minha mãe, quem dirá nos outros”.

             Os especialistas concluíram que seu hábito de esquecimento era um trauma e um mecanismo de defesa para tentar esquecer o seu passado, mas teve como consequência de se prender ao passado e esquecer o agora, disseram que nunca devemos esquecer o passado e sim aprender a conviver com ele, pois ele sempre estará lá nas memórias, outra conclusão que obtiveram foi que enquanto não parar de desconfiar dos outros, jamais poderá viver em uma relação saudável.

Autora:

Ana Beatriz Andrade Cardoso

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