Quando pequeno, Hélio sonhava em crescer.
Quando cresceu, nem se deu conta.
Que com o crescer, vinham contas.
Contas a pagar, contas pra cobrar.
Hélio, perdido em meio ao seu próprio mar,
Fazia de tudo para não se afogar.
Um bico ali, um bicho no centro.
Quase sempre no porco, número dezoito.
Tinha pouca sorte, e também pouco estudo.
Poucas chances de se dar bem no mundo.
Mas Hélio resistia, sempre lutava.
Dava duro no emprego, sempre ralava e,
vira e mexe,
sonhava.
Quando pequeno, sonhava em crescer.