“Em terra de cegos, quem tem um olho é rei.” Tal expressão denota o quanto se valoriza o que não se tem.
Trazendo esta reflexão à produção intelectual, podemos dizer que ao não se construir um conhecimento,
acabamos simplesmente sendo consumidores. Aí mora o perigo, porque não sendo sujeito ativo do
processo social, somos levados como rebanho.
A mídia, em todos os níveis e meios, na sociedade atual, moldam a maior parte do pensamento coletivo.
Como a maioria das pessoas são somente espectadores, sem o senso crítico apurado, remetem
pensamentos construídos por outrem. Não há uma cultura investigativa, infelizmente a preguiça
intelectual faz com que outros pensem pela maioria. O prejuízo está quando surgem figuras midiáticas
que em pele de cordeiro arquitetam para suprir tão somente seu próprio ego. É necessário que se rompa a
barreira da inércia intelectual e se parta em busca da construção do conhecimento, por si mesmo, sem
intermediários. Ficar na poltrona absorvendo fatos e tomando-os como as únicas verdades é um erro.
Não contamos com mestres autoiluminados a nos guiar. Precisamos ir atrás das fontes, refletir sobre elas e
procurar temas de nosso interesse íntimo, não ficando relegado ao vento que nos toca, para onde os outros
nos sopram.