“Eu nunca comi algo tão maravilhoso!”, dizia um dos convidados.
“Vão ter que me tirar daqui”, dizia outro, empanturrado.
Esses e outros elogios faziam lacrimejar os olhos do cozinheiro, Cláudio Seraphim.
Um homem que dedicou toda sua vida a essa forma de arte.
Arte, sim, pois a arte de comer e cozinhar bem é, de certo, a mais vital de todas.
Muito se pode dizer sobre a literatura, as artes plásticas e a música.
Todas elas formas de arte extremamente respeitáveis e intrigantes.
Mas a grande verdade é que nenhuma delas é essencial para que você siga respirando até amanhã e depois.
Era assim que pensava Cláudio Seraphim.
E com esse pensamento se tornou um verdadeiro estudioso das artes gastronômicas.
Seu talento era conhecido do Tocantins ao Paraná.
De Miami à Filadélfia.
Do Brasil para o mundo.
Cláudio Seraphim, com sua visão e maestria, levou sabor a todos que encontrou.
Sempre tinha uma anedota sobre algum prato diferente que comeu, ou de algum lugar que queria visitar para comer um determinado prato.
Nunca foi chefe de nenhum restaurante.
Nunca nem foi cozinheiro, sous-chef ou qualquer coisa assim.
Nem ao menos garçom.
Cozinhava de graça para os amigos, para a família e quem quer que fosse.
Era assim em sua cidade natal e era assim quando viajava.
E viajava bastante, sempre a trabalho.
Quase nunca por diversão, apesar de se divertir sempre no trabalho.
Especialmente, cozinhando.
Como o cozinheiro que era.