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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Direita, Esquerda Cadê?

“Girondinos” e “Jacobinos” até parece nome de dupla sertaneja, mas ao contrário do que possa parecer, esses dois temos após o movimento revolucionário ocorrido em 1789, mais conhecido como Revolução Francesa, é de onde surgem os termos de designação político-partidária, mais conhecido como “Direita” e “Esquerda”. Enquanto, os componentes do primeiro grupo, “Girondinos” eram tidos como mais moderados e conciliadores, ocupavam o lado direito da Assembleia Nacional Constituinte, os “Jacobinos” tidos como mais radicais e exaltados, ocupavam o lado esquerdo do parlamento. No Brasil, o conceito ideológico de “esquerda” e “Direita”, nem sempre corroboram aos princípios originários dos termos, conquanto; vivamos em uma Pseudodemocracia, pois, a Democracia apregoa a igualdade em todos os aspectos da vida cidadã, como também, a atuação do Estado sem atrofiar direitos constituídos. Porém, dentro de nosso assunto proposto, tanto o radicalismo de
direita, quanto os extremismos de esquerda, não contribuem para o conviver político salutar, a polarização política recentemente que o diga.

Ainda que possa haver aqueles que odeiam o posicionamento dos partidos tidos de esquerda e vice-versa, ainda assim; se é ruim sem eles, certamente, para o estado democrático e a consolidação da democracia brasileira, é muito pior sem eles.

Para aqueles que acompanham o desenvolver político atual, hoje; o governo de Jair Messias Bolsonaro, que longe de ser o “messias”, certamente, se comparado aos últimos presidentes na história recente a subirem a rampa do Palácio do Planalto, é mais do que evidente ser ele, o que tem contra si, a pior esquerda dos últimos tempos. Pior, principalmente, se levarmos em conta sua atuação política, como também, sua ineficácia, quando o assunto é a falta de resultados concretos. Com o arrefecimento político do ex-presidente, Luís Inácio Lula da Silva, e o enfraquecimento político do Partido dos Trabalhadores, o governo Bolsonarista, certamente; é o que menos intempérios, fruto da ação política de esquerda, se vê. É verdade, que a “renovação” dos quadros políticos, não tão renováveis e renovados assim, mostram uma desarticulação político-partidária, a qual; beneficiam somente o governo atual.

Em que pese, a perda de espaço político, a “anomalia” factual da esquerda, sua apatia e anemia política, a ausência de uma liderança(s) política de peso, com aceitação e representatividade política, junto aos meios mais amplos da sociedade, se faz notar, pois; a postura obscura, a perda de visibilidade e a lembrança de uma esqueda ativista, se faz sentir, até mesmo, como forma de contrapor os interesses governamentais, os quais; em se tratando do governo atual, em especial, no que se refere aos atos do governo diante do momento pandêmico deixaram e ainda deixam, muito a desejar. Ciro Gomes, Marina Silva, Ivan Valente, Guilherme Boulos, Fernando Hadad, Randolfe Rodrigues, apenas para citar alguns, são vozes que perderam de certa maneira, o eco político, porém; diante da falta “se não tem tu vai tu mesmo”, assim; caminha a humanidade, assim caminha a esquerda Brasileira, como um vento a soprar no horizonte político, na sociedade brasileira, “sei de
onde vens, mas; já não sei para onde vais”.

Não são apenas os atos governamentais de Bolsonaro que demonstram falta de direção, pois; também se vê, a falta de direcionamento no que tange à atuação política da esquerda. Talvez, e certamente; a retração social causada pela pandemia, bem como; as medidas delas provindas, possam de alguma maneira, acoplar a apatia política da esquerda às anomalias decorrentes do momento em que passamos. Mas, uma coisa é certa; diferentemente do que muitos pensam, a falta, o vazio deixado pelo presidente Lula, no que tange à esquerda Brasileira, dificilmente será ocupada por uma personagem política com o mesmo peso, com a mesma empatia, com a mesma capacidade de
articulação política, e com o mesmo carisma político, fatores inegáveis, na pontuação política do ex-presidente. Ao defender o “retorno” da esquerda não estou defendendo a anarquia social e política, mas sim; ansiando o retorno político de uma esquerda necessária, insuflada e inflamada, pelo desejo de defender os interesses mais intrínsecos e representativos da sociedade.
“Direita, Esquerda cadê?”.

Claudinei Telles
Telles
O autor é Mestrando em Ciências Educacionais (UNIVERSIDADE LEONARDO DAVINCI - PY). Bacharel em Teologia. (Faculdade Teológica Sul americana - FTSA). Licenciado em: Filosofia, Teologia, História e Pedagogia. E especialista em: Orientação Educacional, Teologia Bíblica, Ciência da Religião e Neuropsicopedagogia. Atuou por alguns anos, no Ministério Pastoral, Ensino de Teologia e Educação secular, nos níveis Fundamental e Médio.

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