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quinta-feira, 20 de março de 2025

Direita, Esquerda Cadê?

“Girondinos” e “Jacobinos” até parece nome de dupla sertaneja, mas ao contrário do que possa parecer, esses dois temos após o movimento revolucionário ocorrido em 1789, mais conhecido como Revolução Francesa, é de onde surgem os termos de designação político-partidária, mais conhecido como “Direita” e “Esquerda”. Enquanto, os componentes do primeiro grupo, “Girondinos” eram tidos como mais moderados e conciliadores, ocupavam o lado direito da Assembleia Nacional Constituinte, os “Jacobinos” tidos como mais radicais e exaltados, ocupavam o lado esquerdo do parlamento. No Brasil, o conceito ideológico de “esquerda” e “Direita”, nem sempre corroboram aos princípios originários dos termos, conquanto; vivamos em uma Pseudodemocracia, pois, a Democracia apregoa a igualdade em todos os aspectos da vida cidadã, como também, a atuação do Estado sem atrofiar direitos constituídos. Porém, dentro de nosso assunto proposto, tanto o radicalismo de
direita, quanto os extremismos de esquerda, não contribuem para o conviver político salutar, a polarização política recentemente que o diga.

Ainda que possa haver aqueles que odeiam o posicionamento dos partidos tidos de esquerda e vice-versa, ainda assim; se é ruim sem eles, certamente, para o estado democrático e a consolidação da democracia brasileira, é muito pior sem eles.

Para aqueles que acompanham o desenvolver político atual, hoje; o governo de Jair Messias Bolsonaro, que longe de ser o “messias”, certamente, se comparado aos últimos presidentes na história recente a subirem a rampa do Palácio do Planalto, é mais do que evidente ser ele, o que tem contra si, a pior esquerda dos últimos tempos. Pior, principalmente, se levarmos em conta sua atuação política, como também, sua ineficácia, quando o assunto é a falta de resultados concretos. Com o arrefecimento político do ex-presidente, Luís Inácio Lula da Silva, e o enfraquecimento político do Partido dos Trabalhadores, o governo Bolsonarista, certamente; é o que menos intempérios, fruto da ação política de esquerda, se vê. É verdade, que a “renovação” dos quadros políticos, não tão renováveis e renovados assim, mostram uma desarticulação político-partidária, a qual; beneficiam somente o governo atual.

Em que pese, a perda de espaço político, a “anomalia” factual da esquerda, sua apatia e anemia política, a ausência de uma liderança(s) política de peso, com aceitação e representatividade política, junto aos meios mais amplos da sociedade, se faz notar, pois; a postura obscura, a perda de visibilidade e a lembrança de uma esqueda ativista, se faz sentir, até mesmo, como forma de contrapor os interesses governamentais, os quais; em se tratando do governo atual, em especial, no que se refere aos atos do governo diante do momento pandêmico deixaram e ainda deixam, muito a desejar. Ciro Gomes, Marina Silva, Ivan Valente, Guilherme Boulos, Fernando Hadad, Randolfe Rodrigues, apenas para citar alguns, são vozes que perderam de certa maneira, o eco político, porém; diante da falta “se não tem tu vai tu mesmo”, assim; caminha a humanidade, assim caminha a esquerda Brasileira, como um vento a soprar no horizonte político, na sociedade brasileira, “sei de
onde vens, mas; já não sei para onde vais”.

Não são apenas os atos governamentais de Bolsonaro que demonstram falta de direção, pois; também se vê, a falta de direcionamento no que tange à atuação política da esquerda. Talvez, e certamente; a retração social causada pela pandemia, bem como; as medidas delas provindas, possam de alguma maneira, acoplar a apatia política da esquerda às anomalias decorrentes do momento em que passamos. Mas, uma coisa é certa; diferentemente do que muitos pensam, a falta, o vazio deixado pelo presidente Lula, no que tange à esquerda Brasileira, dificilmente será ocupada por uma personagem política com o mesmo peso, com a mesma empatia, com a mesma capacidade de
articulação política, e com o mesmo carisma político, fatores inegáveis, na pontuação política do ex-presidente. Ao defender o “retorno” da esquerda não estou defendendo a anarquia social e política, mas sim; ansiando o retorno político de uma esquerda necessária, insuflada e inflamada, pelo desejo de defender os interesses mais intrínsecos e representativos da sociedade.
“Direita, Esquerda cadê?”.

Claudinei Telles
Telles
O autor é mestrando em Educação. Filósofo, Teólogo, Pedagogo, licenciado em Letras, Historiador. Neuropsicopedagogo, Orientador Educacional, Psicopedagogo, Especialista em Ciência da Religião, Especialista em Teologia Bíblica. Atuou como Teólogo (Igreja Batista), além de Professor de Teologia. Também, é autor do Livro: "As Quatro Estações e a Vida Cristã (períodos Ciclicos) Entre eu e Deus. Editora: Autografia, Rio de Janeiro, 2024.

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