Agricultura regenerativa foi um termo cunhado pelo americano Robert Rodale, que utilizou teorias de hierarquia ecológica para estudar os processos de regeneração nos sistemas agrícolas ao longo do tempo. É um conceito ligado à possibilidade de produzir recuperando os solos. Sua proposta visava a regeneração e manutenção de todo o sistema de produção agrícola, e contemplava um impacto positivo nas pessoas, tanto os produtores quanto os consumidores. Essa regeneração da agricultura deve levar em conta, além dos aspectos econômicos, as questões ecológicas, éticas e de igualdade social.
Embora muitos aspectos da agricultura orgânica sejam positivos para o meio-ambiente, a agricultura regenerativa vai além, garantindo por definição que o impacto de carbono seja neutralizado.
As principais práticas da agricultura regenerativa são:
- Rotação de culturas ou cultivo sucessivo de mais de uma planta na mesma terra;
- Cobrir o cultivo ou o plantio o ano todo, para que a terra não fique em pousio durante as entressafras, o que ajuda a evitar a erosão do solo;
- Cultivo conservador, ou menos aração de campos;
- Pastagem de gado, que estimula naturalmente o crescimento das plantas;
- Diminuição do uso de fertilizantes e pesticidas;
- Nenhum (ou limitado) uso de Organismos Geneticamente Modificados para promover a biodiversidade;
- Bem-estar animal e práticas justas de trabalho para os produtores.
Contextualizando na prática, as vantagens de se ter um modelo gastronômico baseado nesse conceito como o implementado na Frescalis é o de fornecer alimentos que dialoguem tanto com o paladar como com a natureza. Pode-se dizer que é revolucionário consumirmos algo que possui um impacto positivo no planeta, dados os danos provocados pela indústria agrícola de escala.
Além disso, o processo passa por várias nuances. Primeiro, é preciso mapear os fornecedores que já estejam praticando a agricultura regenerativa para a criação de uma rede virtuosa. No momento estamos alinhados com: Toca Orgânicos (ovos), Santa Adelaide Orgânicos (legumes e verduras), No Carbon (laticínios), Orgânicos Neves (legumes e verduras), Mission Chocolate (chocolate) e temos a honra de contar com o Cacau produzido pela família Götsch que são considerados pioneiros e referência na prática da agricultura regenerativa chamada sintrópica.
Após o trabalho de detecção de fornecedores com este perfil, a nossa chef de cozinha, Ellen Moreira, que possui vasta experiência no segmento de comidas saudáveis, desenvolve e testa receitas que façam a comunhão destes ingredientes, celebrando a riqueza e o frescor, além de entregar pratos que causem atração ao público. É preciso ganhar a causa pela barriga, realmente. Desse modo, o cardápio torna-se também um projeto em eterna revisão e desenvolvimento, até porque são imprescindíveis nesses modelos se adaptar as sazonalidades.
Outra forma que se encontra de promover a difusão dessa mentalidade regenerativa tem sido a realização de rodas de conversas nas loja-conceito. Particularmente, em agosto inauguramos um programa convidando a Claudia Visoni, jornalista e ambientalista. A Claudia com seu conhecimento nos ajudou a promover um encontro informativo a respeito dos novos caminhos possíveis da agricultura e a esclarecer aos presentes os conceitos da agricultura regenerativa e o porque ela deve ser levada tão em consideração, especialmente neste momento em que falamos de escassez de alimentos no mundo e das questões climáticas.
Por fim, é vital que os restaurantes que se comprometerem com a causa se apresente com esse diferencial e tenham uma frente ampla. Para ter uma ideia, em breve é previsto uma apresentação da Frescalis dentro do co-working Bioma Food HUB que reúne empresas de foodtech. A participação nessas rodadas de interação com outras empresas e marcas que estão olhando e trabalhando no futuro da alimentação são de suma importância, para que as pessoas cada vez mais vejam que a comida pode ser a maior aliada do meio ambiente.
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Sobre a Frescalis
A Frescalis foi idealizada por dois amigos, Catherine Balston, jornalista inglesa, morando no Brasil há 13 anos, e Ricardo Anza, chef de cozinha, brasileiro.
Catherine é jornalista gastronômica e Ricardo é casado com uma alemã. Não à toa, os dois dividem repertórios em comum: o prazer pela culinária e a vivência com o estilo casual e cuidadoso clássico da gastronomia europeia.
Juntos começaram a imaginar um empreendimento que fosse forte na produção de sanduíches, saladas, sopas e bowls feitos com ingredientes extremamente frescos, de muito boa qualidade e que criassem laços com produtores praticantes da agricultura regenerativa.
Serviço:
Endereço: Itaim-bibi, na Rua Iaiá, 59 | Site: https://frescalis.com.br/ | Instagram: @frescalis
Delivery: Os produtos são vendidos no Ifood e Rappi, além do delivery próprio.
Frescalis Corporativo: Atendemos cafés da manhã e almoços e outros eventos para empresas, como o The School of Life e outras.
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Autora:
Veronica Bilyk, Gerente de Operações da Frescalis